Amiga

Já era de tardinha,

sentia aquele frio vindo sudeste.

Os lagartos que aqui moram,

já se entocam pro lado oeste.

Ao pé,

dona Moça faz fogo.

Seu Zé,

já que chega da roça.

A noite daqui é boa.

A noite daqui é fria.

É aqui,

que grilam os gafanhotos,

arvoream os sapos,

e violeia o Zé

Eu.

Eu ainda torre.

Onde moram tudo.

Onde se morrem todos.

Aonde até pedra se encanta

com o cheiro duma  Moça.

O cotidiano poético de Roberto Kaihara.

 

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