Hoje dedico esta vossa coluna à nossa cidade. A forma pela qual me dirijo não é das melhores, mas são realidades das quais não podemos nos distanciar.
Começamos pelas mortes. 141 mortes já na nossa cidade. Já falei que mundialmente ninguém sabe, soube ou saberá como reagir a esta pandemia, como proteger a população. Culpa de todos os governantes espalhados por este enorme planeta redondo. Foi uma situação nova, um caso assustador, algo só imaginável em filmes de ficção. Mas acontece que passou a tela dos cinemas e nos atingiu bem no coração.
Em abril de 2020 o nosso prefeito, Lucas Pocay, declara o estado de calamidade pública no nosso município, quando tínhamos “apenas” 3 mortes por Covid. Foi um sufoco, comércio fechado, fiscalização tremenda. Foi o caos, choveram críticas severas. Defendi na altura tal medida por parte da Prefeitura, porque sempre defendi o distanciamento social, o isolamento social, é a única forma de combatermos a pandemia, a juntar a vacinação. Infelizmente, ainda não pararam com a história do tratamento precoce ou preventivo, tratamento sem nexo, sem fundamentação alguma, aliás a única fundamentação são as complicações que esses medicamentos provocam no corpo humano. Aliás os médicos estão agora a falar que o Kit Covid está a matar mais pessoas.
Agora que temos o amontoado de mortes que temos, não somente na nossa cidade, como em todo o mundo, nenhum poder consegue, atualmente, controlar a população. O cansaço de ficar em casa é imenso. Não estou com isso a culpar somente a população, a culpa também é dos governantes, que não souberam, ou não quiseram implementar regras rígidas. Limitaram- se a fingir que estavam impondo regras, taparam o sol com a peneira. Sempre falei que a politização de uma pandemia seria o insucesso do combate à mesma. A prova está no número de mortes que temos no nosso imenso Brasil. Em Ourinhos, 141 mortes é um número preocupante e assustador, mas mais uma vez reafirmo que a culpa não é do comércio, talvez dos proprietários do comércio, que continuam a fazer festas e churrascos em plena crise sanitária. O caso mais grave é de empresários que obrigaram seus funcionários a ir trabalhar com testes positivos da doença. O dinheiro fala mais alto, mas a cova é igual para todos, e levamos exatamente o mesmo, ossos somente. Engraçada a visão dos empresários com o lucro, com a sobrevivência dos seus negócios, não pensando no lado humano. A crise, instalada como ela está, me leva a crer que as pessoas não estão comprando nada supérfluo, dificilmente conseguem comprar o básico. Esta guerra de manter o comércio aberto é um sinal claro de mesquinhez humana, nada mais que isso.
Entendo que a Prefeitura está a cometer erros crassos na gestão desta pandemia. A criação de horários restritivos e a proibição de atendimento presencial roça a utopia. Basta dedicarmos um pouco de atenção para os locais atendendo com mesas e cadeiras durante à noite. Basta ver os campos de futebol. Não nos admiremos com os aumentos de mortes e de infetados, a cidade está infestada e os números não correspondem à realidade.
Mas não posso atribuir a culpa toda ao município, maior fatia de responsabilidade é da própria população, fruto do fanatismo que segue o Presidente da República, e pasme-se o fiel leitor, maioria desses seguidores são empresários e/ou proprietários da nossa Cidade. Lamento, mas tenho que atribuir a culpa a muitos desses fanáticos seguidores. Mas também quero deixar um alerta, olhem que o vosso Presidente já anda de máscara, tapando o nariz inclusive, fruto do Lulavac.
A pandemia está cada vez mais perto da nossa porta e acredito que só assim as pessoas terão consciência e mudarão suas posturas. Não me peçam a mim, simples mortal, para ter dó daqueles que estão agora passando mal com a doença, mas que foram negacionistas, que fizeram churrascos, festas, que colocaram muita gente em perigo conscientemente. Dó tenho daqueles que se protegem, se preocupam, defendem o próximo, se isolam, usam máscara, ficam em casa isolados do resto do mundo, e por uma razão desconhecida pegam o vírus. Lógico que não sou assim tão insensível, mas no meu âmago há uma luta interna por causa desses negacionistas. Quem me conhece sabe que não desejo nunca mal a ninguém, me preocupo sempre com o próximo, mas os negacionistas, ah os negacionistas…
Guilherme Gonçalves sofre um encaminhamento ao Conselho de Ética (Conselho do qual ele é Presidente, tendo que ter sido afastado e tomando o seu lugar no Conselho o Enfermeiro Alexandre) por defender a população e fiscalizar o poder público, funções atribuídas pela Lei a um Vereador. Na altura escrevi no meu Facebook que não conheço pessoalmente o Vereador, continuo sem conhecer, mas olhando o seu perfil podemos aferir o seu cuidado em causas sociais e humanas, aliás pedras basilares da sua eleição. Ontem ficamos sabendo que a Prefeitura não tem qualquer documento que proíba a entrada de Vereadores nas instalações públicas, instalações essas de todos nós, criadas e mantidas com o nosso dinheiro. Pois bem, mesmo em altura de pandemia e sem qualquer documento proibindo a fiscalização, Guilherme Gonçalves tentou investigar e analisar os meandros da UPA de Ourinhos, situação negada e, inclusive, constituídos boletins de ocorrência contra o Vereador.
Não sendo suficiente tal caso eis que surge a Vereadora Raquel Spada informando o Presidente da Câmara, Santiago, que pretende enviar denúncia por se ter sentido desrespeitada na última sessão. Vamos lá então porque não gosto de injustiças e vocês sabem.
Assisti as duas últimas sessões porque tinha na pauta questões relacionadas com a Educação. Na 6ª sessão, a meu ver, Guilherme pecou por pouco nas suas palavras. Guilherme falou simplesmente que desse amor não queria exatamente por a Vereadora ser tão religiosa. Usar Deus para tudo não é sinal de bondade, aliás a meu ver, aquela missa com carro de som alto nos hospitais é sinal de falta de empatia, muitos podem considerar o contrário porque estão vendo aquela imagem da pessoa levar a palavra de Deus. A palavra de Deus pode ser levada sem vídeos no Facebook, de uma forma silenciosa, para mim seria muito mais louvável que do jeito que foi feito, mas é somente a minha opinião. Falou que desse amor não queria porque a Vereadora foi vista, supostamente com seu boletim de Vacinas na mão na Fapi e não abriu à população o seu boletim para provar que não havia tomado a vacina, suspeita logo levantada, certa ou não, a Vereadora ao não levantar o véu, deixou no ar a dúvida. Não basta falar que não tomou, é uma figura pública tem que mostrar, só assim se cala a voz dos críticos. Nessa mesma sessão, a Vereadora falou em, para quem estava escutando que poderiam sim rever a lei, sinal claro que sabia que tinha a multa de valor astronômico. Acabou por fazer o mea culpa, já o havia feito quando apresentou projeto para parcelamento em 10 vezes. Por isso, que falo que Guilherme pecou por ter falado pouco, já que a Vereadora lhe deu todas as armas, mas compreendo que ainda seja verde nestes caminhos e por isso deixou que algo são superficiais tomasse uma proporção maior.
Na última sessão, a 7ª, a Vereadora Raquel Spada, qual dama ofendida, não contente com tudo o que sofreu de negativo durante a semana, usa o palanque da Prefeitura para, mais uma vez, acusar Guilherme Gonçalves. A tal Vereadora, que quando Guilherme falou na semana passada poderiam resolver nas redes sociais, ela replicou que se resolvia nas instalações da Câmara e não na rua ou redes sociais.
Pois bem, tive o cuidado de ler, como sempre faço, porque não gosto de injustiças, e a Vereadora não diz a verdade quando fala que não tem avultada multa na lei, exemplo disso é o site da própria SAE, que em 2 de março de 2021, fala sobre a lei que determina a instalação de caixa d´água em todas as residências de Ourinhos. O próprio site faz a pergunta se o cidadão pode ser multado em R$20 mil e responde que a multa é aplicada em último caso. Então, o Vereador Guilherme Gonçalves não ofendeu, confirmou que a Vereadora Raquel Spada aprovou uma lei contra a população. Acredito que assinou sem ler porque o grande problema que a base tem é assinar e aprovar sem ler, somente satisfazendo as necessidades políticas de alguns, e não o todo da população. Como é possível Vereadores, em pleno fim de mandato aprovarem uma lei prejudicial ao povo? Deveria ser proibido, aliás defendo que após o ato eleitoral, qualquer departamento público deveria funcionar em serviços mínimos, para não prejudicar o próximo titular da pasta ou pastas.
Mais uma sessão de Câmara que passou e os profissionais da Educação assistindo esperançosos que as suas reivindicações fossem satisfeitas. Pois bem, falemos de ajudas de custos e abonadas aos professores. Ajudas de custo não acredito que possam ser beneficiados com tal premissa, porque a Prefeitura iria abrir um precedente para todos os servidores de todas as secretarias da prefeitura. Eu sei que o Governo de SP subsidiou a compra de notebooks, acredito que deveria ter sido o Governo a tomar essa medida abrangendo todos os professores e não somente os Estaduais. Agora pergunto, e os professores que lecionam no Estado e no Município, seriam abrangidos por duas ajudas? Qual a justiça? Penso que tem que ser muito bem-visto esse quesito e na base do diálogo.
A questão das abonadas discordo em absoluto com o não pagamento, é lei do Estatuto do Magistério, os professores não têm culpa de não estar na escola, a culpa é da pandemia. Mas, provavelmente, os professores terão um dissabor maior ainda daqui a uns dias com o corte do GLE, porque os professores não se deslocaram à escola, tendo ficado em casa.
Finalmente o bônus, esse sumido. No meu entendimento fica claro que o bônus não irá ser pago, senão vejamos. Em dezembro de 2020, a verba saiu da conta do Fundeb para a Prefeitura. A Prefeitura tem agora 10 dias para devolver a verba, porque terminou o prazo da sua utilização. Não quero acreditar que a verba tenha sido aplicada em outro lugar que a Educação Básica, não acredito que esta gestão fizesse tal ato, quero acreditar que não e confio na idoneidade das pessoas, na palavra não tanto, cada vez menos.
A boa notícia é que a Prefeitura volta a entregar Kits alimentação a todos os seus alunos matriculados nas escolas municipais, e que solicitaram o pedido. Grande notícia, graças a Deus que Ourinhos não é igual à cidade de Iaras, em que uma das primeiras medidas do novo Prefeito foi comprar uma pick-up de R$189 mil e fornece fubá com caruncho nos kits alimentação aos seus alunos. Esta situação se reflete na frase de Hilda Hilst: ” Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos animais.”
Pedro Saldida
