Vice-presidente do CONDEPE que atuou em caso de assassinato de jovem em Ourinhos é preso por suposta ligação com PCC

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Luiz Carlos dos Santos atuou no caso do jovem Bryan que foi morto por um policial militar em Ourinhos

Dois advogados foram presos na região de Lins (SP), na manhã desta terça-feira (22), durante uma operação da Polícia Civil e Ministério Público que investiga a ligação desses profissionais com facção criminosa que age dentro e fora dos presídios. Além das prisões, os policiais da Delegacia Seccional de Lins também cumpriram três mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia.

Os presos e o material apreendido foram encaminhados para Central de Polícia Judiciária, onde os suspeitos serão ouvidos. A operação, que recebeu o nome de Ethos, é realizada em 20 cidades do estado de São Paulo.

A ação, realizada no Estado, conta com 159 delegados, 459 policiais civis, 65 promotores e 167 viaturas. Em São Paulo, um dos advogados que foi preso é o vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos. Ele esteve em junho em Bauru para se reunir com o diretor do Deinter-4 sobre o caso do jovem Bryan Bueno, de 22 anos, que foi morto por um policial militar em Ourinhos, na saída da FAPI. Na época, o vice-presidente informou que o órgão iria pedir a mudança do comando da PM em Ourinhos por conta dos fatos ocorridos.

O esquema
Segundo as investigações, os advogados são suspeitos de movimentar o dinheiro do crime organizado em suas contas bancárias e ainda de ajudar a criar uma espécie de banco de dados com os nomes e endereços de agentes penitenciários e de seus parentes para serem mortos.

A investigação começou em Presidente Prudente (SP), onde estão dois presídios de segurança máxima. Segundo o Ministério Público, as investigações começaram após informações reveladas em uma carta interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, em 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina.
Segundo a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita.
Ainda durante as investigações, foi constatado que advogados, por meio de pagamento de propina a pessoas envolvidas em órgãos do Estado, visavam concretizar o objetivo da facção criminosa, que seria o financiamento e controle de agentes públicos e colaboradores, característica primordial da definição de crime organizado.

Operação da Polícia Civil e Ministério Público investiga a ligação de advogados com facção criminosa que age dentro e fora dos presídios no estado de São Paulo 

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