Associação de Organizaçâo Inclusiva de Pessoas com Deficiência aponta falta de acessibilidade em Ourinhos

A prefeitura de Ourinhos tem divulgado nas últimas semanas com grande destaque, a implantação de ciclovias e pistas de caminhada, que segundo a gestão atual, tem contribuído para tornar a cidade mais moderna, inclusiva e com acessibilidade, e que agora os cadeirantes teriam locais para percorrer a cidade com acessibilidade e segurança, proporcionando melhora da sua autoestima.

No entanto, a Associação “Organização Inclusiva das Pessoas com Deficiência” recém criada pela cadeirante Jaci Guimarães afirmou em entrevista ao Contratempo que ao contrário do que a administração municipal tem divulgado, a acessibilidade dos deficientes físicos em Ourinhos não melhorou nos últimos anos e todos os pedidos tem sido ignorados pela atual gestão.

“Vemos uma outra realidade aqui na cidade de Ourinhos. Muito se te falado sobre acessibilidade e inclusão, entretanto há anos venho lutando com meus colegas mas infelizmente não somos ouvidos. Muitas rampas foram feitas para falarem que fizeram, mas estão totalmente fora das normas e padrão para uso, ou seja, são inviáveis para quem realmente precisa, nós cadeirantes. Outra tema importante é o transporte público, já estamos a algum tempo lutando por melhorias e adaptações, mas sem êxito até o momento e a prefeitura não tem feito nada para intervir e ajudar”, criticou.

Outras prioridades

Jaci considera que a prefeitura tem mostrado outras prioridades, em detrimento da acessibilidade.  “O que vemos é que a atual gestão fez foi pista de ciclismo e caminhada, e quer justificar que pra nós cadeirantes ou com mobilidade reduzida foi um avanço para a acessibilidade. Mas lembro a todos que não existe guias/rampas rebaixadas para termos acesso. Lembrando ainda, que o principal local para nós são os locais de acesso aos poderes públicos e centro, não existe acessibilidade, principalmente na area da saúde. Quando ele fala em inclusão através do esporte, sim houve um olhar diferente, mas isso não é suficiente, ao contrário é muito pouco para falar que a cidade possui mobilidade e acessibilidade para nós.

Falta de diálogo

A representante da Associação  apontou ainda falta de diálogo da gestão atual. “Nós pedimos toda semana diversos pontos para se construir rampas ou guias rebaixadas, mas infelizmente não somos ouvidos. Já fui diversas vezes na prefeitura e não fui recebida. Pelo motivo de minha militância fui retirada do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Ourinhos, que atualmente é formada pela maior parte por cargos comissionados do prefeito, demonstrando assim totalmente parcial e suspeitos em defender nossos direitos e mostrar a realidade. Nossa associação foi fundada com o objetivo de somar forças com quem realmente enxerga essa exclusão,e não permita esse terrível abandono que é fato dentro do município, com as pessoas com deficiência”, considera.

Pontos sem acessibilidade

Jaci apontou ao Contratempo, alguns pontos importantes da cidade que não possuem acessibilidade. ” Temos vários locais centrais sem acessibilidade, tais como: a rampa de acesso da SAE, Praça dos skatistas; Praça do Caló; canteiro central do mercado São Judas Tadeu (av. Camerlingo Caló); Pista caminhada (campo Miguel Cury); esquina da Caixa Econômica Federal”, entre outras.

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