Polícia faz buscas em imóveis de servidora suspeita de desviar milhões em Santa Cruz do Rio Pardo

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Mandado judicial permitiu a invasão de pelo menos cinco imóveis

Policiais civis, comandados pelos delegados Renato Mardegan, Isabel Bertoldo e Valdir , invadiram na tarde de hoje cinco propriedades em Santa Cruz do Rio Pardo que teriam ligações com a servidora pública Sueli de Fátima Feitosa, suspeita de desviar R$ 3,5 milhões dos cofres da prefeitura. O mandado judicial autorizou, inclusive, o arrombamento dos imóveis. Três residências nos bairros Residencial Braúna e São Judas Tadeu, uma chácara na Água Azul e dois barracões no Distrito Industrial foram vasculhados pelos policiais. Os imóveis estão em nome de Sueli e familiares. A servidora deixou a cidade e possivelmente esteja em Santa Catarina. Ainda não há mandado de prisão contra ela.

A polícia apreendeu computadores, joias e documentos. Quatro imóveis foram arrombados para a entrada de policiais. Outro no São Judas Tadeu, uma irmã de Sueli estava na residência onde também foram encontradas escrituras de compra de imóveis.

Pilha de caixas de sapatos de grife na casa de Sueli

As duas residências localizadas no Braúna chamam a atenção pelo luxo. São casas de alto padrão, com móveis planejados de luxo e muitos aparelhos eletrônicos e de TV. Na residência onde Sueli mora, estão espalhadas imagens de santos e Bíblias em vários cômodos. Num deles havia uma centena de pares de sapatos de grifes famosas, a maioria sem uso.

Na chácara de Sueli Feitosa, no bairro rural da Água Azul, existem duas piscinas, uma delas com uma cascata artificial. O imóvel também é de alto padrão e chamou a atenção a existência de uma capela com imagens e um painel de Nossa Senhora. O local possui, inclusive, bancos como se fosse uma igreja.

Piscina na chácara tem até cascata artificial

Na casa do cunhado de Sueli, no Residencial Braúna, a família chegou ao local numa camionete Hilux quando a polícia já se preparava para sair. O empresário Adilson Gomes de Souza, casado com uma irmã de Sueli, ficou revoltado com a presença da polícia e se disse inocente. “Se minha cunhada fez algo de errado, não podem me culpar por isso”, reclamou. Os delegados disseram que ele pode apresentar todos os documentos do Imposto de Renda para provar que seus bens não foram adquiridos com dinheiro desviado da prefeitura.

A Polícia Civil já conseguiu o bloqueio de vários veículos ligados à funcionária suspeita, inclusive alguns de propriedade de parentes. A expectativa é de que a funcionária possa se apresentar nos próximos dias. Ela já constituiu um advogado de Campinas para atuar na defesa.

Na chácara da suspeita, há uma capela de alto padrão, inclusive com bancos de igreja

Na manhã desta quarta-feira, 28, o delegado Renato Mardegan já ouviu alguns funcionários da prefeitura que trabalhavam com Sueli Feitosa, entre eles o secretário de Finanças Armando Cunha. O depoimento dele durou mais de duas horas.

 

A funcionária pública Sueli de Fátima Feitosa foi exonerada após a descoberta do desvio de R$3,5 milhóes

Funcionária foi exonerada

A funcionária da tesouraria da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) foi exonerada após a investigação de um desfalque de mais de R$ 3,5 milhões nas contas da prefeitura. A funcionária concursada, que trabalhava na prefeitura desde 1999, é suspeita de ter feito os desvios, segundo a prefeitura. Ela foi exonerada na sexta-feira (23), um dia após a descoberta do desfalque.

A medida foi tomada para concentrar esforços na auditoria das contas do município. O objetivo é descobrir detalhes de um esquema que, segundo a prefeitura, teria desviado mais R$ 3,5 milhões desde 2013.

Segundo a investigação, a funcionária transferiu ilegalmente R$ 1,2 milhão de uma conta destinada a iluminação pública pra conseguir pagar os salários de dezembro e assim tentar esconder o rombo. Um extrato mostra a existência de R$ 850 mil em uma conta da prefeitura, mas esse valor foi falsificado. Na verdade, a conta tinha R$ 398 mil, R$ 450 mil a menos do que deveria, informou a prefeitura.

A prefeitura está fechada para a população nesta semana por conta de uma auditoria. Na terça-feira (27), a polícia apreendeu o computador da funcionária apontada como responsável pelo crime.

Investigações
Um decreto assinado pelo prefeito de Santa Cruz do Rio Pardo suspendeu o atendimento à população. A medida foi tomada para concentrar esforços na auditoria das contas do município. O objetivo é descobrir detalhes de um esquema que, segundo a prefeitura, teria desviado mais R$ 3,5 milhões desde 2013.

Segundo a investigação, a funcionária é suspeita de transferir ilegalmente R$ 1,2 milhão de uma conta destinada a iluminação pública para conseguir pagar os salários de dezembro e assim tentar esconder o rombo. Um extrato mostra a existência de R$ 850 mil em uma conta da prefeitura, mas esse valor foi falsificado. Na verdade, a conta tinha R$ 398 mil, R$ 450 mil a menos do que deveria, informou a prefeitura.
A prefeitura passa por uma auditoria nesta semana. Na terça-feira (27), a polícia apreendeu o computador da funcionária apontada como responsável pelo crime.
Funcionários dos setores contábil e finanças, juntamente com o controlador interno e a procuradora geral do município, estão vasculhando documentos, contratos e papéis a procura de novas pistas. O horário normal da prefeitura para atendimento a população voltará dia 2 de janeiro.
Documentos foram falsificados, diz prefeitura

Desvios
Os desvios de dinheiro eram feitos há quatro anos, segundo a prefeitura. “Vamos solicitar uma perícia contábil, diligências investigativas junto ao poder judiciário para poder identificar a real dimensão desse desfalque. Identificar também a autoria desse delito e levar à Justiça quem for responsável pelas irregularidades”, diz o delegado Renato Caldeira Mardegan.

Segundo o secretário de finanças Armando Cunha, os documentos contábeis foram alterados. Um documento mostra que o saldo na conta da prefeitura passa dos R$ 850 mil. Já outro documento mostra o que realmente tinha na conta: R$ 398 mil. Uma diferença de mais de R$ 450 mil. Foi assim ao longo de alguns anos que mais de R$ 3,5 milhões foram desviados da conta da prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo, diz Cunha.

“Saíram de duas contas, as duas maiores receitas do município são pela ordem decrescente ICMS, do governo estadual, e FPM, do governo federal. São as duas fontes de recursos das quais a prefeitura precisa para sobreviver”, comenta o secretário.

De acordo com a prefeitura, a fraude foi descoberta depois que a funcionária fez uma transferência no valor de R$ 1,2 milhão, que estava em uma conta destinada para iluminação pública, para outra conta, assim conseguiria fazer o pagamento dos salários de dezembro e encobrir o desfalque. “Todo dinheiro arrecadado pela prefeitura da iluminação pública entra nessa conta, que só pode ser usado para melhoria na iluminação pública.”

Até agora já foram identificados desvios feitos desde 2013, mas ainda não se sabe o destino do dinheiro. A Polícia Civil também vai investigar o caso. Segundo o delegado, o responsável pode responder por peculato, falsificação, falsidade ideológica, estelionato e possível associação criminosa.

 

Polícia cumpriu mandados de busca em imóveis pertencentes à servidora

Fontes: Debate News e  G1

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