Reorganização do Ensino: em 2018, E. E. Maria do Carmo ainda resiste

No ano de 2015, os alunos da Escola Estadual Profª. Maria do Carmo Arruda da Silva mostraram força e resistiram ocupando a escola lutando pela permanência do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Entretanto, em 2018, o fantasma da reorganização retornou silencioso, e o Jornal Contratempo acompanhou a tentativa do Governo do Estado de golpear os estudantes e professores ourinhenses.

A E. E. Profª. Maria do Carmo Arruda da Silva, tradicionalmente e há mais de 10 anos, oferece no período da manhã os cursos de Ensino Médio, durante a tarde o Ensino Fundamental e a noite o EJA (supletivo). No ano de 2017, comumente, foram abertas as inscrições para o primeiro ano do supletivo do Ensino Médio. No entanto, até o início de fevereiro, 60 jovens e adultos inscritos estavam sob ameaça de perder sua vaga.

Segundo professores, a Diretoria de Ensino forçou até poucos dias atrás para que a sala do primeiro ano do EJA não fosse aberta. A partir disto, uma das alunas iniciou um levante pelo Facebook. Um texto explicando o que estava acontecendo foi publicado e compartilhado, junto a isso, um abaixo assinado foi organizado e a repercussão ganhou força dos alunos que foram buscar reclamar pela permanência do EJA.

A tentativa de impedir a abertura de uma nova sala extinguiria o Ensino de Jovens e Adultos do Maria do Carmo. Sem o primeiro ano, não haveria continuidade no curso e, assim, 60 alunos, jovens e adultos, perderiam o seu direito de concluir o ensino médio em Ourinhos.

Sabe-se que mesmo que em outras escolas ourinhenses continuem oferecendo vagas para o EJA, a E. E. Maria do Carmo, por conta de sua localização, é acessada, principalmente, pelos moradores da classe alvo de cursos supletivos (adultos e trabalhadores de menor poder aquisitivo) de bairros muito populosos da cidade, como a COHAB e a Vila Odilon.

Por muito pouco e pela iniciativa dos professores e alunos que cobraram e lutaram da forma que podiam, a educação ourinhense não foi golpeada pela Reorganização, que desta vez, veio sem alarde e sem dar brecha para a população opinar e se organizar.

A afirmação é de que foi mostrada mais uma prova de que a Reorganização do Governo Alckmin não foi, de fato, revogada em 2015, e muito menos, iniciativas para o corte de verbas da educação foram cessadas nos anos seguintes, 2016 e 2017. E, agora, mesmo com a chegada de 2018, ano eleitoral, os estudantes e educadores ainda precisam se proteger das “investidas” do Governo do Estado de São Paulo.

Não há justificativa para o corte de um programa que vem, tradicionalmente, funcionando e amparando centenas de jovens e adultos. 60 alunos se inscreveram para o curso, 60 alunos estavam ali e a luta aconteceu pois 60 alunos precisavam estudar.

Foto: Alunos da E. E. Profª. Maria do Carmo Arruda da Silva em 2015.

APOIE

Seu apoio é importante para o Jornal Contratempo.

Formas de apoio:
Via Apoia-se: https://apoia.se/jornalcontratempo_apoio
Via Pix: pix@contratempo.info