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FAPI – Documentário retrata as origens, apogeu e decadência

FAPI – Documentário retrata as origens, apogeu e decadência

 

Por José Luiz Martins – 

A FAPI iniciou-se no final dos anos 60 por iniciativa de várias pessoas e instituições num período de fartura na produção agrícola da cidade. Principalmente pela diversidade na produção hortifrutigranjeira das colônias formadas por imigrantes vindos do Japão na década de 1930.  A grande motivação foram às feiras japonesas que aconteciam anualmente no bairro Mundo Novo localidade rural onde se concentrava uma das maiores colônias nipônicas de Ourinhos.   (link para assistir o documentário no final da matéria)

Nesse bairro era tradição a realização de uma exposição anual que reunia produtos agrícolas produzidos também pelos japoneses de outras colônias como Cateto e Sobra. Era uma competição na qual era escolhido o melhor produto entre eles frutas, flores,legumes, verduras, ovos entre outros.  Essa feira chamava atenção da população e de algumas pessoas ligadas ao meio agrícola, em especial o agrônomo José Caetano Sobrinho,  que perceberam a importância daquele movimento e, agregando a atividade comercial e industrial do município resolveram trazer para a cidade aquela exposição.

O agrônomo José Caetano Sobrinho idealizador da Feira Agropecuária de Ourinhos

A partir desse momento as ideias e propósitos dos responsáveis pela criação da feira, era demonstrar o potencial socioeconômico da cidade nessas áreas reunindo em uma exposição de vários dias, animais, produtos agrícolas e industriais produzidos em Ourinhos e região. Nascia assim a Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos (FAPI).

1967 / 2022

Realizada pela primeira vez no ano de 1967, a FAPI em 2022 entra em sua 54ª edição com muito pouco, ou quase nada do que a caracterizava realmente como uma feira agropecuária e industrial.

Passados mais de 56 anos e, pelo menos há duas décadas, o evento que já foi muito prestigiado e considerado um dos maiores do gênero no país, entrou em crescente decadência e não se caracteriza mais pelas atividades que ainda o denomina.

O recinto Olavo Ferreira de Sá criado no inicio dos anos 70 para abrigar o evento foi ao longo dos anos sendo adaptado com a estrutura necessária e adequada para as feiras do gênero, a feira foi transferida para parque em 1972. Há anos grande parte dessa estrutura principalmente destinada ao setor agropecuário está ocioso o que reflete o desinteresse dos criadores de gado, eqüinos e produtores agrícolas pelo evento.

Cartão postal : A feira realizada já nas dependencias do Parque Olavo Ferreira de Sá  

O que resta da “tradicional” feira hoje são apenas os acontecimentos na área de entretenimento como rodeio, shows musicais em sua maioria “sertanejos” da atualidade e parque de diversões. A exposição outrora de renome, hoje se resume a participação de alguns segmentos do comércio local, além de entidades com fins filantrópicos.

Diferentemente de hoje a diversidade e qualidade das atrações musicais foi uma caracteristica do evento

Hoje propagada com um “evento de negócios” onde o que mais se vende é comida e bebida em grande parte ofertada pelos “barraqueiros”, comerciantes de fora, itinerantes especializados em feiras e que, aliás; praticam preços nada populares para um público formado em sua imensa maioria por pessoas de baixo poder aquisitivo.

Desde que deixou de ser promovida pelo Sindicato Rural de Ourinhos com atuação direta e influencia dos industriais, pecuaristas e produtores rurais da família Quagliato, a feira vive o declínio a cada ano.

Assista o documentário clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X3LdEIeifWQ

DOCUMENTÁRIO – AS ORIGENS DA FAPI, produzido em 2013 pelo Jornalista José Luiz Martins com duração de 52 minutos, buscou contar essa história através de imagens entre fotos e até um filme produzido há quase 60 anos retratando a primeira FAPI.  Há também várias entrevistas com pessoas que atuaram e vivenciaram em algum momento a trajetória do que se convencionou chamar a “maior festa popular de Ourinhos”.

 

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