Programa Agente Mirim de Saúde forma mais uma turma de alunos
Neste mês de dezembro, foi realizada na EMEF Jorge Herkrath, a formatura dos alunos do projeto Agente Mirim de Saúde do ano de 2016, cujo projeto é uma parceria das secretarias de Saúde e Educação, que teve início em 2009.
O projeto consiste em um grupo de cerca de 45 alunos do 5º ano da Unidade Escolar, que realiza ao lado dos agentes comunitários de Saúde da USF Pacheco Chaves, um trabalho de conscientização junto aos moradores da região do Parque Pacheco Chaves, realizando visitas junto com os agentes comunitários de saúde, alertando-os sobre a importância de manterem seus quintais e terrenos limpos, a fim de evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, além de mutirões de limpeza pelo bairro, a fim de retirar todo o lixo nos arredores do bairro.
A realização deste projeto a partir de 2009 fez com que o Parque Pacheco Chaves seja o único bairro da cidade sem ter tido nenhum caso de dengue nos últimos anos.
Além do combate a dengue, os agentes mirins de saúde auxiliam os agentes comunitários durante as visitas a comunidade, conscientizando os moradores sobre a importância da saúde preventiva, através da realização de exames, boa alimentação e higiene e prática de atividades físicas, dentre outras coisas.
Durante a cerimônia de formatura, a reportagem conversou com um aluno do projeto, uma das mães dos formandos, a agente comunitária de saúde Sueli Farias e com a diretora da EMEF Jorge Herkrath, que relataram a importância do projeto, para suas vidas e para a comunidade do bairro.
José Eduardo Longhi, aluno do 5º ano da EMEF Jorge Herkrath e agente mirim de saúde, contou como a participação no projeto mudou sua vida. “Uma das coisas mais importantes que aprendi no projeto é a importância da colaboração entre todas as pessoas, além de cuidar do meio ambiente nunca jogar lixo no chão, pois com a dengue, o perigo de ter lixo que acumula água parada é muito grande. Oriento sempre meus vizinhos e amigos e até em casa mesmo, eu oriento meus pais, um dia tinha garrafas pet vazias com água dentro, aí falei pra por com a boca pra baixo, que assim não acumula água. Eu mudei muito também, jogava papel plástico no chão e depois que participei do agente mirim, nunca mais fiz isso, porque passei a entender a importância disso, tanto para evitar a dengue como preservar o meio ambiente também”, explicou.
Elaine de Fátima Correia Ferraz, mãe de Ana Julia, uma das agentes mirins de saúde, contou como a participação de sua filha no projeto mudou seu comportamento. “Ela sempre está preocupada com a questão da água parada em casa, pois temos piscina, e se tem qualquer copinho de água ou garrafa jogados no chão, ela já alerta sobre o perigo da água parada ali. Eu gostei muito dela ter participado, desde o ano passado ela já queria participar e neste ano, ela sempre chegava em casa empolgada contando sobre o que tinha feito ou aprendido. Outra coisa que percebi é que ela acabou melhorando até seu desempenho escolar e disciplina em casa. Por isso é muito importante que este Projeto tenha continuidade, pois ainda falta consciência em parte da população do bairro, para não jogar lixo na rua e nos terrenos, pois só assim estaremos livres do risco da dengue, por isso considero que seria importante que esse projeto se estendesse para outros bairros, para que a cidade toda fique livre da dengue e não tenhamos mais epidemia da doença em Ourinhos, mas para isso é necessário também a contratação de novos agentes comunitários de saúde para ajudar na conscientização da população”, considera.
A Agente Comunitária de Saúde Sueli Farias falou sobre a alegria e orgulho do sucesso do projeto agente mirim de Saúde. “É um orgulho muito grande, pois iniciar um projeto e mantê-lo por tantos anos é um grande desafio, o que demonstra o êxito da parceria da escola com a Unidade de Saúde que traz resultados positivos para a comunidade. O ponto principal deste projeto é a prática, quando você leva a criança a identificar os criadouros, porque que ele está lá, de onde veio que o lixo que causou isso pode ter sido jogado por ele mesmo ou outra criança ou um adulto descuidado. Então quando você os vê mudando de hábito, o nosso bairro mais limpo e cuidado, é a prova do resultado efetivo deste projeto. Um fator que comprova isso é a coleta seletiva de lixo, em que o nosso bairro iniciou há pouco tempo a ser contemplado pela coleta, e a própria cooperativa nos disse que é um dos bairros com maior adesão a separação do lixo reciclável na cidade”, ressaltou.
A diretora da EMEF Jorge Herkrath destacou a importância do Projeto Agente Mirim de Saúde. “Apesar de ter iniciado meu trabalho como diretora desta Unidade neste ano, conheci o projeto que é coordenado pela Sueli e tive a oportunidade de ver o quanto é importante para o nosso bairro e para a sociedade, por isso, seria muito importante que fosse ampliado para outros bairros da cidade”, afirmou.
A origem do Programa
O Projeto Agente Mirim da Saúde surgiu do trabalho que a equipe da Unidade já desenvolvia, por meio das ações voltadas para a conscientização das crianças e suas famílias sobre a importância que cada um tem no combate a dengue.
A princípio, a equipe dos Agentes Comunitários de Saúde reuniram-se com as crianças na Unidade Escolar, levando informações sobre o que é a Dengue, como se desenvolve, principais sintomas, meios de transmissão e principalmente o que se deve fazer para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
Em 2009, quando o projeto passou a ter o formato de programa, foram estabelecidos cronogramas de atividades mensais, sendo em um mês atividade externa e o outro, em sala de aula. A interação da Unidade de Saúde e Escola acontece em todas as etapas: reuniões entre equipes para definir quais ações serão desenvolvidas, sempre com enfoque permanente no controle da Dengue, mas abordando outras questões, como saúde bucal, higiene, postura, nutrição, meio ambiente, diversas doenças, atividade física, combate ao uso de drogas, cidadania, calendário de vacina e o programa Saúde na Escola.
Fonte: Gazeta Regional