Sampaio Corrêa: O novo Ourinhos Basquete?
A forma arrebatadora como conquistou o título, em seu primeiro ano de existência, além da paixão da torcida que lotou o ginásio em todos os jogos da competição, se tornando a sexta jogadora da equipe, faz lembrar o auge da equipe do Ourinhos Basquete, que na década de 2000 conquistou diversos títulos estaduais, nacionais e até Sul-Americano fazendo com que a cidade passasse a ser conhecida como a “capital nacional do basquete feminino”.
Assim como hoje acontece com o Sampaio, as melhores atletas do país passaram pela equipe ourinhense, dentre elas, o destaque da equipe maranhense, Iziane e a técnica Lisdeivi Pompa, campeã como atleta e que depois se tornou auxiliar técnica da equipe adulta e treinadora da equipe sub-17, sendo efetivada no comando da equipe adulta em 2014.
No entanto, as semelhanças param por aí, já que ao contrário do Sampaio Corrêa que vive seu auge e têm fortes patrocinadores que dão excelente estrutura a equipe, vislumbrando um futuro brilhante e muitos títulos pela frente, o Ourinhos Basquete deixou de existir desde junho de 2014, poucos meses após a morte de Chicão Quagliato, seu maior apoiador, responsável direto pela contratação e manutenção da equipe vitoriosa, que conquistou tanto títulos.
Ao contrário do Sampaio, aos dirigentes do Ourinhos Basquete não aproveitaram o sucesso da equipe para buscar patrocínios fortes que permitissem uma estabilidade financeira da equipe, e não ficasse totalmente dependente da ajuda do empresário e apaixonado torcedor ourinhense, erro fatal que custou a decadência e fim melancólico da equipe anunciada pelo presidente da equipe, Dr. Passos, em 2014.
Após a morte de Chicão, a equipe ficou apenas com o patrocínio da prefeitura e das empresas Castor e FIO, passando a ter um time menos competitivo, mesmo assim, o valor recebido ainda era insuficiente para manter a equipe, cuja diretoria passou a atrasar os salários das atletas em seu último ano de existência, chegando ao limite em junho de 2014, quando então, após ver fracassar a tentativa de aprovar o Projeto de Lei de Incentivo ao Esporte que permitiria captar recursos para a manutenção da equipe junto aos empresários da cidade, o dirigente anunciou o fim das atividades da equipe. “O principal motivo para a paralisação das atividades é a falta de patrocínio. Além de não haver a renovação com uma antiga parceira, a diretoria também não conseguiu fechar patrocínio com outras empresas. “A gente não tem conseguido aumentar a quantidade de patrocinadores. A Castor (empresa de colchões e móveis estofados), que sempre fechou patrocínio conosco, pediu para sair”, informou o presidente, na ocasião.
Com a falta de dinheiro e o contrato de todas as jogadoras se encerrando ao final da LBF (Liga de Basquete Feminino), o time ficou sem jogadoras para a disputa de qualquer campeonato. A escassez de jogadoras de qualidade no mercado também foi um dos motivos que impossibilitou a montagem de uma equipe. “Não tem atletas no mercado, não temos base, não temos jogadoras. Não tem sentido montar time para não ter competitividade, fica difícil. Nós vamos, praticamente, esse ano se afastar das competições. Isso não quer dizer que futuramente o time não possa voltar”, argumentou Passos.
História da equipe
Ourinhos destacou-se nacionalmente no basquete feminino a partir de 1995, com o apoio da Prefeitura Municipal. Posteriormente o time recebeu incentivo e patrocínio de empresas privadas locais e de outros colaboradores.
De 1995 até agosto de 2009, o time sagrou-se pentacampeão nacional (2004, 2005, 2006, 2007 e 2008), octacampeão paulista (2000, 2002, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2009) e campeão sul-americano de clubes (2008) na modalidade, título obtido em Quito, no Equador.
Além destes títulos, a equipe ourinhense foi campeã dos Jogos Regionais do Interior por 18 anos consecutivos, além de ser o atual campeão, ainda possui três títulos de Jogos Abertos do Interior. Na primeira edição da LBF, em 2010, Ourinhos Basquete foi vice-campeão.
As principais jogadoras da história do Ourinhos Basquete foram: Cíntia Luz, Cíntia Tuiú, Ega, Érika, Iziane, Janeth, Kelly Santos, Lígia, Lilian, Micaela, Ruth, Silvinha Luz, Vânia Teixeira, Vanira Hernandes, Mamá, Chuca, Yakelin Plutin, Lisdeivi, Claudinha, Ariadna, Jack Nero, entre outras.
Assim o município ficou conhecido como “A Capital Nacional do Basquete Feminino”.