Santa Casa faz alerta sobre diminuição de doadores de sangue no Carnaval
O carnaval chegou e assim como na maioria dos feriados prolongados a demanda de pacientes recebendo transfusão de sangue aumenta e o número de doadores diminui.
Muitas pessoas alegam não doar por terem muitas dúvidas quanto ao ato. Pensando nisso, conversamos com a Imunohematologista responsável pelo serviço de Hemoterapia da Santa Casa de Ourinhos, Dra. Juliane de Campos Inácio, sobre a importância da doação de sangue e quais os principais critérios para se tornar um doador.
– Por que a doação de sangue é importante?
Dra. Juliane: O sangue ainda não pode ser produzido artificialmente. Por isso, é preciso contar com a solidariedade da população para manter os estoques cheios e a qualidade adequada para doações e tratamento de doenças. Muitos pacientes necessitam de transfusão de sangue como medida terapêutica, desde pessoas submetidas aos diversos tipos de cirurgias até quem se submete à quimioterapia, por exemplo.
O sangue coletado durante uma doação é denominado de sangue total e é submetido a um processo de centrifugação, que separa seus principais componentes para uso terapêutico: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado. Cada um destes componentes é utilizado para tratamentos específicos.
– Quais são os critérios que permitem ou impedem uma doação de sangue?
Dra. Juliane: Eles são determinados por normas técnicas do Ministério da Saúde, e visam à proteção ao doador e a segurança de quem vai receber o sangue. Doar sangue é um ato que envolve muita responsabilidade. Principalmente por causa da janela imunológica, que é o período entre a contaminação da pessoa por um determinado agente infeccioso (HIV, hepatite) e a sua detecção nos exames laboratoriais. No período da janela imunológica, os exames são negativos, mas, mesmo assim, o sangue doado é capaz de transmitir o agente infeccioso aos pacientes que o receberem. A sinceridade ao responder as perguntas do questionário que antecede a doação é importante para evitar a transmissão de doenças aos pacientes.
– Quem pode doar sangue?
Dra. Juliane: O doador tem que estar bem de saúde e ter entre 18 e 69 anos. Jovens a partir dos 16 anos já podem doar caso tenham autorização do responsável.
– E quais as recomendações para os doadores?
Dra. Juliane: Não estar em jejum, ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas, pesar mais de 50 kg, não ter feito cirurgia de grande porte a menos de seis meses e de pequeno porte a menos de três meses, não ter feito tratamento dentário a menos de 7 dias, não estar grávida ou amamentando (mães que amamentam devem aguardar a criança completar 12 meses de vida),em caso de parto normal, aguardar 3 meses; se cesariana, aguardar 6 meses, não estar gripado ou ter tido febre nos últimos 7 dias, não ter diabetes, cardiopatia e nem ter contraído hepatite após os 11 anos de idade. Caso tenha tomado vacina contra gripe, deve-se aguardar 48 h, as demais vacinas com bactérias/vírus vivos, por exemplo, sarampo e febre amarela, deve-se aguardar 4 semanas. Também não ter doado sangue a menos de 60 dias (homens) e 90 dias (mulheres), não ter tido comportamento de risco para contaminação pelo HIV, não ter ingerido álcool nas 12 horas antes da doação, não ter feito uso de drogas injetáveis ilícitas, não ter feito piercing, acupuntura ou tatuagem a menos de 12 meses e não ter feito endoscopia ou colonoscopia nos últimos seis meses.
– A demanda de transfusões de sangue na Santa Casa é alta?
Dra. Juliane: Os componentes sanguíneos doados apresentam prazo de validade e nossa demanda transfusional é muito alta, por isso, a importância da população se conscientizar de que o ato da doação tem que ser rotineiro.
A Santa Casa de Ourinhos possui serviço de Hemoterapia específico para as Transfusões de Sangue, no entanto, quem acolhe os doadores é o Banco de Sangue de Ourinhos, que funciona de Segunda a Sexta-feira das 7 h as 15 h. Mais dúvidas sobre os horários de atendimento e também quanto as doações podem ser sanadas direto no Banco de Sangue ou pelo telefone (14) 3302 2245.
