Ourinhenses realizam ato em solidariedade às vítimas de Covid-19
O ato foi receptivo no município e muitas pessoas afirmaram se sentirem representadas neste momento profundo e de angústia
Juliana Neves
Nesta quinta-feira, 12, na Praça Mello Peixoto, foi realizado o ato público em solidariedade as vítimas da Covid-19 e seus familiares de Ourinhos. O ato foi uma junção de velas para formar uma cruz e o número 509, que é a quantidade de óbitos no município até os dias de hoje.
A ideia do ato surgiu com os exemplos das cidades vizinhas que fizeram de forma semelhante e os organizadores já sentiam a necessidade de alguma ação simbólica de solidariedade.
“Notamos que para além dos crimes cometidos pelo Governo Federal, a administração municipal foi ao encontro da política neoliberal e de descaso, não garantiu direito à saúde aos munícipes ao atender os anseios de lucros dos grandes empresários, não adotou o lockdown completo em nenhum momento da pandemia. Deixou a população a própria sorte, tendo como resultado que seriam mortes evitáveis”, fala Rinaldo Aragão, um dos membros do movimento Povo na Rua, Fora Bolsonaro – Ourinhos e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
No dia 07 deste mês, os organizadores do ato, do movimento Povo na Rua, Fora Bolsonaro-Ourinhos, foram até a praça para um estudo de como seria a disposição das velas, como que o vento poderia afetar, a questão de luminosidade, seleção de músicas e criação e leitura poemas para combinar com o momento de luto, angústia e disposição à luta.
Sendo assim, de acordo com o jovem, “dispusemos 509 velas em sinal de cruz e já nesse primeiro momento houve participação coletiva, pois as pessoas ajudaram na montagem dos copos e em toda a preparação. Depois colocamos músicas de ambiente que combinavam com o momento e os presentes acenderam as velas. Enquanto isso, houve a leitura de poemas e falas relacionadas. Formamos um círculo ao redor da cruz e fizemos um minuto de silêncio, foi um momento lindo e maravilhoso que revigorou todos”.
O feedback dos ourinhenses foram positivos, algumas pessoas enviaram mensagens para os integrantes do movimento agradecendo o ato porque se sentiram representadas, aceitaram a solidariedade e puderem relembrar de seus entes queridos de uma forma profunda e muito bonita.
A mensagem principal do ato foi de apelo para as autoridades públicas para investirem mais em vacinação em massa. Além de, com olhar específico para Ourinhos, significou um pedido de descentralização do local da vacinação, com pontos nos postos de saúde em cada bairro. E uma reinvindicação por garantia de distanciamento social e medidas econômicas que garantem o isolamento até o fim da pandemia.
Por fim, Rinaldo conta que “senti tristeza pelo número absurdo de mortes que Ourinhos atingiu, também fui acometido por momentos de angústia, pois havia maneiras de evitar essa tragédia. No entanto, o sentimento de maior pulsão, e força, foi a alegria de poder contar com outras pessoas, a felicidade de saber que não se está sozinho, e o encantamento com toda aquelas velas, a arte que formaram, o brilho e luminosidade que remetem a tempos de esperança”.