Ourinhenses sofrem com a falta de água diariamente em suas residências
Não tem hora para acabar e nem para voltar, e a população não é informada sobre o porquê da crise hídrica
Juliana Neves
Há algum tempo, Ourinhos vem enfrentando a crise hídrica. Falta água por toda cidade, mas em níveis diferentes, alguns bairros faltam mais, em outros não, alguns lugares a falta é diária e em outros em períodos.
E as pessoas que sofrem com a falta da água precisam reorganizar a vida rotineira. Afinal, a população também não é avisada sobre o racionamento realizado no município e muito menos a principal razão por faltar tanta água.
Diante desta condição, não faltam reclamações e ourinhenses inconformados com a não resolução do problema. Uma situação considerada descaso para com todos em diversos sentidos, como em razão de estarmos no verão com altas temperaturas e não ter água para poder banhar.
Bianca Antunes Gasparoto, estudante e moradora da Vila Perino, esclarece ter estranheza por saber que em alguns bairros a água sempre acaba e em outros não, e quando acaba é sempre no horário de almoço ou janta. “Com a falta da água tem que acordar cedo pra fazer os serviços domésticos, porque chega 12h00 e a água acaba, volta só às 16h00, então fica muito complicado. E não acredito que a reforma da Estação de Tratamento de Água (ETA) irá resolver a falta de água, acho que a água vai ser bem mais distribuída, a diferença nos bairros vai ser menor em relação a falta da água, mas acredito que ainda vai faltar. Também penso que seja um problema que envolve a conscientização da população em relação ao uso da água para evitar o desperdício, então acho que deveriam existir campanhas em relação a isso”.
Para Maikon Zambido, videomaker e morador do Jardim Santa Fé, a crise hídrica é algo que já deveria ter sido resolvido, pois a população paga um valor alto por mês por algo que nem está chegando em suas residências.
“Todo dia falta água, fica o dia todo sem água, já estragou o chuveiro de casa porque faltou água e depois veio com uma forte pressão. Tenho filho pequeno e é o que deixa a gente com a situação mais complicada, porque dou banho nele à noite antes de dormir e com o pouco de água que sai ou fica muito quente ou muito gelada, fica difícil de dar banho. Esse é um dos problemas, fora o valor da conta todo mês, pagar caro por ar”, relata Maikon.
A situação também é avaliada como crítica para Luan Vinicius Demetrio Rocha, auxiliar administrativo e morador do Jardim Ouro Verde, ao dizer que a atual gestão deveria dar mais atenção ao problema da falta de água ao invés de investir muito mais em ciclovias. Pois água é essencial nas residências para serviços domésticos e para lavar as mãos, atitude preventiva ao coronavírus.
“Eu entro no trabalho às 8h00 da manhã e volto às 11h00 para o almoço, mas, na maioria das vezes, não tem água para eu lavar as mãos quando chego em casa. E à noite quando volto para casa tenho que dividir os chuveiros com o resto da minha família para todos tomar banho rápido antes que a água acabe. Espero que essa nova reforma da ETA solucione os problemas que a cidade toda enfrenta e se o prefeito que assumir o cargo não for o atual, que ele permaneça dando uma atenção maior, principalmente, para o básico da cidade, que é iluminação, saneamento, saúde e educação”, fala Luan.
Por fim, Miguel Neves, professor universitário morador da Vila Nova Christoni, afirma ter consciência que é um problema de longos anos de falta de bom plano e execução no município. Segundo ele, “todo dia a minha família se programa para tudo (banho, cozinha, quintal etc.) antes ou depois da falta da água diária. Não sei dizer se a reforma resolve, pois se ficou tantos anos sem ampliação não acredito que deva resolver. Espero tanto do prefeito atual quanto do próximo que este problema seja resolvido para ficarmos vários anos sem esta crise, mesmo não acreditando muito, mas torço para que seja de bom fruto”.
Desta forma, procuramos Inácio J.B. Filho, Superintendente da Superintendência de Água e Esgoto (SAE), para esclarecer à população sobre a obra da ETA, como é o sistema de racionamento e o porquê dos bairros não serem avisados, se existem outras obras no cronograma e quais são, entre outras questões, mas não obtivemos retorno.