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Artigo: “Mais vale tarde que nunca” Por Pedro Saldida

Artigo: “Mais vale tarde que nunca” Por Pedro Saldida

Esta semana recebemos a notícia que Ourinhos irá receber vacinação contra a Dengue; finalmente uma informação que nos deixará mais tranquilos; O Ministério da Saúde irá enviar 7,2 mil doses para a região de saúde de Assis e Ourinhos; quem será contemplado com a agulha no braço serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, mas também poderá ser aplicada em pessoas de 4 a 59 anos de idade. Tudo isto porque o avanço da epidemia aumenta em cidades do centro- oeste paulista, que já contam com 65 mortes em virtude da doença; Ourinhos continua a marcar 1 morte, por mais incrível e estranho que pareça.

Por esta informação podemos ver claramente que a Gestão nada fez para proteger sua população, nem tampouco luta para prevenir ou solucionar; os casos aumentaram na região e só por isso iremos receber o imunizante; a única coisa que a Gestão fez foi subnotificar para que aos olhos da população Narnia existisse, que a Gestão é eficaz, eficiente e que trabalha todos os dias em prol dos munícipes. Lembrando que o Brasil é o primeiro país do Mundo a oferecer a vacina na rede pública de saúde; a vacina combate os quatro sorotipos do vírus da Dengue.

Em ano eleitoral é surreal assistir a luta de egos para reclamar para si obras, verbas e algo mais que possa servir de escudo eleitoral; as pessoas não conseguem ser humildes e reconhecer as proezas, os méritos de outrem; o ser humano não consegue ver ninguém mais feliz que ele, tenta sempre achar uma brecha para denegrir, espezinhar e criticar o próximo.

Acredito que na política, como no nosso quotidiano devemos trabalhar em conjunto para ajudar o próximo, para levantar quem necessita, lembremos da cultura Africana a famosa palavra Ubuntu, que significa eu sou porque nós somos; só assim a vida faz sentido, só assim podemos viver em paz conosco e com o próximo. A vida não pode nunca ser levada individualmente, não podemos fechar os olhos para o que está em nosso redor, devemos sempre olhar e ajudar se possível o próximo, só assim a Humanidade sobrevive.

Em todo o Brasil me continua causando desconforto assistir ao poder legislativo se intitular cada individualidade como Vereador de base ou Vereador da oposição; Vereadores têm um papel fundamental na execução de políticas públicas, em melhoria de condições de vida da população, mas preferem sempre aqueles jogos de bastidores, aquelas guerras infundadas que a nada levam e chegam a deixar de lado o objetivo final que é o bem estar dos munícipes.

As teorias do individualismo reapareceram como um passe de mágica; um conjunto de ideias e valores que colocam o indivíduo particular no centro das atenções e atribuem a esse mesmo indivíduo a possibilidade de realização pessoal, de forma independente; hoje vivemos isso mesmo, só nos mobilizamos quando surge uma tragédia. Passar a vida segurando um celular na mão e olhando coisas fúteis, vidas falsamente perfeitas, bens materiais que nada acrescentam em nossas vidas, esquecendo de viver a nossa vida, de partilharmos a dor do próximo, de nos preocuparmos com o próximo e cuidarmos do próximo; chegámos ao extremo do individualismo, batemos no fundo. Acredito que a Humanidade ainda pode mudar seu destino, acredito que cada um de nós, partindo de dentro de nós podemos mudar toda este problema.

A palavra Ubuntu me faz acreditar que juntos podemos reverter a sociedade em que vivemos, podemos melhorar muito enquanto seres humanos e podemos cuidar da nossa Sociedade de uma forma que ninguém fique para trás; que consigamos resgatar uma alma que seja já é uma vitória, já é uma conquista para que a Sociedade volte a pensar em uníssono e não individualmente. Olharmos para cada ser humano sem saber a dor que carrega, as feridas que tem marcadas em seu corpo nos torna egoístas e desumanos, devemos compreender sempre o próximo sem qualquer tipo de julgamento.

Sempre falei que não sou nada nem ninguém para julgar, tenho que ser alguém para ajudar, para saber o porquê das feridas marcadas na pele da pessoa, do porquê ela ser tão diferente de mim. Só assim resgataremos o genos, uma comunidade da Grécia antiga. O genos, comunidade agrícola pequena, possuía em seus membros um grau de consanguinidade e acreditavam que descendiam de uma figura mítica; o genos era marcado por um forte laço de solidariedade e coletividade, a terra e o que ela produzia era compartilhado entre todos seus membros.

A pandemia, trabalho em home office, redes sociais e celulares estimularam e aprofundaram o comportamento individualista bem como relações superficiais, não tem uma mesa de um café onde alguém esteja sem celular na mão. Lembrando que o individualismo até proporções estatais pode trazer, já que pode ocorrer uma crise moral, ética e judiciária, condição muito rápida para prejudicar a economia de um País; em última análise até a corrupção se torna uma das consequências do individualismo. O individualismo nos traz uma sensação de ilusão e vivemos no egoísmo e na insensibilidade.

Deixo também uma nota para os pais que estão criando seus filhos sob este quesito; a valorização excessiva da individualidade conduz facilmente a um insuflar do egocentrismo infantil, estão transformando as crianças em seres autocentrados, prepotentes, com falta de empatia e caprichosos; ainda estamos a tempo de mudar, Deus nos deu o livre-arbítrio, o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, o caminho que quer seguir.

 

Termino com sempre, desta vez com uma frase de G. K. Chesterton, popular ensaísta, romancista, teólogo amador, jornalista, nascido em Londres em 1874:

“ Chegará o dia em que teremos que provar ao Mundo que a grama é verde.”

 

 

Pedro Saldida

 

 

 

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