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Submissão ao patriarcado, imoralidade e indústria do defeito

Submissão ao patriarcado, imoralidade e indústria do defeito

Por Bruna Fernandéz

Enfermeira, fotógrafa, militante feminista radical e voluntária em projeto de desconstrução do feminismo contemporâneo capitalista seletivo.

Na sociedade patriarcal o produto sedutor feminino é comercializado e utilizado como trabalho contratual.
O homem é o provedor do lar, utiliza-se dos serviços prestados por sua subalterna como cozinhar, lavar, passar, satisfação sexual e reprodução.

O corpo feminino foi retirado de si como posse masculina e propriedade privada imoral.
A imoralidade de seu corpo teve origem na alimentação, a serviçal feminina serve somente desde a infância. Tarefas domésticas exclusivas para cumprimento de seu contrato na vida adulta.

Imoralidade.

Para o homem, o corpo feminino sempre foi fonte de alimentação (erótica ou nutritiva), peitos “moles e caídos” servem para nutrição (amamentação), quando duros e firme é ressexualizado como erótico, ele nunca perde a função de servir o homem, quando deixa de ser vida, passa a ser fonte de prazer.

O corpo feminino sempre esteve sob posse da sociedade patriarcal, o homem sempre o dividiu com função de servi-lo, eles separaram partes do nossos corpos que os agradam, tomaram posse como propriedade e o tornou censurado tendo somente para si, como uso exclusivo.

A problemática da imoralidade está no seguinte fato: ambos os gêneros podem sentir prazer em seus corpos porém questão é: na sociedade patriarcal a função de servir é da mulher, o homem apenas desfruta e se apropria do feminino, pode encontrá-lo comercialmente ou tê-lo por contrato de relacionamento religioso com juramentos eternos de laços.

A eterna busca pela igualdade.

Como se não bastasse a submissão ao masculino, o corpo feminino foi submetido a indústria capitalista, por apropriação de seu direito de voz e trabalho conquistados, vindo de mulheres operárias socialistas em movimentos no século anterior.
Criaram se defeitos imaginários onde para serem aceitas no mercado de trabalho, precisa automaticamente corrigí-los.
Seu cabelo não é perfeito o suficiente para usá-lo natural, sua pele não é suficientemente perfeita para deixa-lá descoberta, seu corpo nunca será suficientemente perfeito para ser aceito.

“É necessário a renaturalização do corpo feminino e a sua dissociação do pecado. É preciso devolver o corpo da mulher para ela. É preciso entender que ele não é objeto para a satisfação sexual masculina.”

“Quando a mulher percebe que seu corpo não está apto para suprir as necessidades masculina ela se esconde.”

“Isso não implica que o seio não possa ser fonte de prazer, mas não o tempo todo, o contexto erótico quem vai ditar é a própria mulher, meu corpo tem que ser erótico no momento em que eu digo que ele é.”

Também não implica que o corpo feminino não possa utilizar de recursos modernos de imagem, é necessário apenas entendimento da origem problemática, ao utilizar desse meio a mulher não está escondendo um defeito, está apenas utilizando um acessório estético criado com finalidade de esconder algo inexistente.

É necessário que a utilização desses meios sejam conscientes como um acessório de agregação e não como correção de um corpo.

“É preciso devolver o corpo dela a ela.”

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