EUA e Brasil no pódio da morbidez
Por Jefferson Correia Lima
Não há exagero algum em utilizar a expressão genocídio.
A foto ( veja ao final do texto) demostra que em países onde o Governo Central adotou medidas arrimadas na ciência e em estudos da área de infectologia alcançaram o desejado achatamento da curva de contágio e mortes.
O Brasil, hoje, ostenta o segundo posto em número de infectados e mortos, só atrás dos EUA, liderado por Trump, ícone do Bolsonaro e seus seguidores.
As classes abastadas do Brasil sempre almejaram o “american way of life”. O modelo aspirado de sucesso e realização pessoal, reverberado pela mídia tradicional e oligopolista, baseia-se no prazer efêmero do consumismo e do exacerbado individualismo. Aí está o lado obscuro do modo de vida americano. A sociedade norte-americana é violenta, segregadora e racista.
Ao espelhar-se no modelo norte-americano, o Brasil tornou-se uma caricatura daquilo que almejou. Ao deparar-se com a face do espelho , observou que o consumo conspícuo e o individualismo predatório promoveram uma imagem caquética e moribunda. A verdadeira imagem refletida no espelho é a construção de uma sociedade que se tornou a última a abolir a escravidão, e como legado detém a segunda maior desigualdade social do planeta.
Sim, a elite que guarda íntima identidade cultural com Miami, mas despreza a heterogênea e por isso esplendorosa cultura brasileira , abdicou da construção de um projeto nacional que abarcasse uma sociedade fundada em valores de igualdade, solidariedade e da adoção da dignidade humana como vetor de qualquer política de Estado.
Os dados da pandemia no Brasil não são fruto do acaso, da má sorte ou de circunstâncias inexplicáveis, mas o subproduto de uma sociedade moldada à manutenção do privilégio de uma ínfima minoria, que ao fim e ao cabo trata os que estão abaixo da pirâmide social como carne barata e farta.
A semelhança com o Império aconteceu, cujo líder, Bolsonaro rasteja-se na mais humilhante subserviência patética de um governante que tem desapreço por seu povo e comporta-se como lacaio da classe dominante e os ingresses ianques.
O Brasil e sua classe dirigente tanto desejou que alcançou o topo juntamente com o seu obsessivo modelo.
Está aí, a macabra estatística de mortes pela pandemia.
EUA fica com a medalha de ouro, o Brasil fica com a prata.