Há o que comemorar?
Por Durval de Lara Fernandes
No último dia 10 completaram-se 100 dias dos governos municipais eleitos em outubro de 2016 e empossados em 01/01/2017.
Boa parte dos novos prefeitos, dentre os quais o Prefeito Lucas Silva de Ourinhos, vem reclamando muito do estado em que encontraram as contas públicas. Até aí nada de novo, pois sempre é assim que se iniciam os governos: reclamando do governo anterior, principalmente quando esse governo anterior era de grupo oposto ao do que assume, como ocorre agora em Ourinhos.
Assiste-se ainda hoje uma guerra de discursos, com a ex-prefeita e membros de sua administração afirmando ter deixado tudo em ordem, enquanto que o novo governo relata haver encontrado um estado de caos na prefeitura. Como a atual gestão, por razões óbvias, tem mais visibilidade, o discurso do caos acaba colando.
É preciso, no entanto, darmos mãos à palmatória em relação ao Prefeito Lucas Silva, já que ele não ficou somente reclamando da situação recebida. Nosso jovem alcaide em pouco tempo já começou a deixar sua marca na administração de Ourinhos, o que já nos permite vislumbrar como será o restante de seus quatro anos à frente da prefeitura.
Exemplo disso foi a atitude de Silva em relação aos cargos comissionados, sobre os quais tanto falou durante seus mandatos como vereador e durante sua campanha eleitoral. Dizia o então edil de oposição que a situação dos comissionados de Ourinhos era vergonhosa e que iria cortar centenas de cargos.
Disse e fez. Logo no início de seu governo cortou vários cargos, para logo em seguida criar outros tantos. Mais do que isso, nosso Prefeito inovou também no que respeita à valorização de seus apoiadores, pois nomeou para cargos importantes na estrutura municipal algumas pessoas que submetidas ao teste das urnas não foram capazes de se reeleger, como é o caso de dois ex-vereadores lotados na Secretaria Municipal de Assistência Social, e de vários outros aliados que não tiveram competência suficiente para se elegerem, mas que em reconhecimento por tal incompetência foram agraciados com cargos pagos pelo suado dinheiro do contribuinte ourinhense.
Outra marca importante do governo Silva é em relação ao funcionalismo público que ele tanto defendeu durante seus mandatos como vereador. Naquele tempo Silva defendia com unhas e dentes a tese de que os funcionários ourinhense mereciam aumentos de salário superiores aos concedidos pelas administrações que o antecederam, ressaltando-se aqui, que durante os mandatos de Toshio e Belkis sempre houve aumentos salariais, mesmo que inferiores aos pedidos pelo então vereador Lucas.
Chegada, no entanto, sua vez de colocar em prática aquilo que defendera tão ferozmente durante tantos anos, nosso intimorato alcaide não vacilou em oferecer aos servidores um abono de R$ 500,00 em parcela única e zero, isso mesmo, zero, de aumento de salário ao funcionalismo por três anos, com promessa de recomposição salarial no último ano de seu mandato.
Jogada esperta a dele, pois se cumprir com o prometido dará ao funcionalismo um substancial aumento em 2020 e terá a seu favor um percentual bastante alto para usar em campanha de reeleição. Se reeleito, bastará oferecer um novo zero e o impacto do aumento concedido se diluirá no tempo. Caso, no entanto, não se reeleja, deixará para seu sucessor um enorme problema para resolver. Se, por outro lado, deixar de cumprir o prometido, não terá feito nada diferente do que fez até agora.
Acontece que os funcionários não caíram na conversa do prefeito e deflagraram um movimento grevista.
Restando ainda 1361 dias de governo a expectativa é de que ao longo desse tempo nosso prefeito deixe de cumprir com muitas outras promessas, como, por exemplo, a instalação de lâmpadas de
LED em toda a cidade, e a resolução do problema dos buracos.
Equipe para descumprir o prometido ele tem!