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Retorno as aulas intensificam o contágio pelo coronavírus em todo o estado e casos se multiplicam nas escolas de ourinhos e região

Retorno as aulas intensificam o contágio pelo coronavírus em todo o estado e casos se multiplicam nas escolas de ourinhos e região

Como não poderia ser de outra forma, a irresponsabilidade do governador João Dória e de seu secretário de Educação Rossieli Soares – que determinaram o retorno às aulas presenciais em todo o Estado em meio a maior pandemia de nossa história – já apresenta resultados em todas as regiões, independente das cores que estão pintadas. Centenas de educadores, gestores, funcionários, alunos e, muito possivelmente, milhares de familiares já foram infectados pela Covid-19 ou mesmo perderam as suas vidas ou de seus entes amados em virtude dessa insana e negacionista medida.

Como a APEOESP Sindicato dos Professores preconizava, as escolas (estaduais, municipais e privadas) não teriam condições de promover um retorno seguro às aulas presenciais sem que antes todos tivessem acesso à vacina, sem que os ambientes escolares fossem adaptados aos novos tempos e sem que ocorresse uma redução drástica no contágio e liberação de leitos hospitalares. Nada disso foi observado, e o retorno aconteceu sem que houvesse vacinas, e com nossas gestões municipais sendo pressionadas pelo governador a assumirem conjuntamente os riscos sanitários, modificando seus decretos de “quarentena”, e fazendo com que o número de casos de Covid-19 explodisse no estado de São Paulo.

Em Ourinhos e região, apesar das informações desencontradas das autoridades e da desinformação propagada, o sindicato recebe, diariamente, denuncias de casos de contágios nas escolas e constata que a disseminação do vírus já está perdendo o controle nessas unidades. A comunidade escolar já vive o pânico de não saberem quem será a próxima vítima desse inimigo invisível e implacável.

Cabe às gestões escolares, enquanto funcionários de Estado e não subservientes a governos transitórios, que reafirmem seus compromissos com a coletividade e que deem publicidade aos casos que ocorrem em suas unidades. Devem adotar os protocolos sanitários existentes e não consentirem com governos que, infelizmente, não seguem o padrão mundial para a proteção à vida. Afinal, os mais prejudicados com essa atitude são os servidores da educação e as camadas sociais mais desfavorecidas de nosso estado.

Inúmeros gestores já demonstram que agem e continuam a agir de acordo com o papel que é esperado deles, enfrentando e não se submetendo às determinações ou ordens que possam colocar seus profissionais e seus alunos em risco.

Há de se dizer, entretanto, que, segundo denúncias que recebemos, existem gestores que mantêm profissionais sintomáticos trabalhando e transmitindo o vírus dentro das escolas. A alegação seria a dificuldade de conseguirem os exames que comprovem a contaminação junto as unidades básicas de saúde. Há gestores que afastam profissionais positivados e mantêm, nas escolas, alunos e colegas que, sabidamente, tiveram contato com o vírus. Outros, desinformam as famílias sobre os contágios existentes e pressionam seus subordinados a manterem a realidade dentro dos muros escolares. Há, ainda, aqueles que, não felizes com seus papeis, pressionam os profissionais afastados em trabalho remoto (devido a fatores de risco) a assinarem um termo de responsabilidade e retornarem ao trabalho presencial, colocando suas vidas em risco. Esses gestores, infelizmente, se apenas 10% das denúncias forem verdadeiras, não se diferenciam e estão a serviço da má gestão de Dória e Rossieli.

A APEOESP decretou e reafirmou, em suas últimas assembleias estaduais, uma greve sanitária a fim de proteger vidas: nossas vidas, a vida dos servidores da educação, as vidas de nossos alunos e de seus familiares. Com nossa greve não nos eximimos da responsabilidade social com os alunos e com seus pais. Continuamos trabalhando com eles através dos recursos tecnológicos disponíveis e oferecidos pelo estado.

É necessário que toda a comunidade escolar, enquanto ainda há tempo, apoiem esse movimento em defesa da saúde e da vida.

É urgente que os professores, gestores e funcionários percebam a gravidade do momento e se protejam, ficando em suas casas trabalhando remotamente, aderindo à greve sanitária e a desobediência civil contra decretos que atentam contra nossas vidas.

É imprescindível que as mães, pais e avós mantenham seus filhos e netos em suas casas, protegendo-os e se protegendo desse vírus que já ceifou mais de 100 vidas ourinhenses, centenas na região, quase 58 mil no estado e caminha, nessa semana, para atingir 250 mil vítimas fatais em nosso País.

É preciso e necessário que as administrações municipais, que estão amparadas pela ADIN 6341, decretem imediatamente o fechamento de nossas escolas, reduzam a circulação e aglomeração de pessoas e mantenham em funcionamento apenas o que é necessário – com rígido controle e fiscalização.

Araraquara foi apenas a primeira cidade a colapsar em nosso estado. Outras seguem o mesmo caminho. Não podemos aceitar que nossos prefeitos – que tinham uma postura invejável antes das eleições –esqueçam a ciência que os ajudou a se eleger ou se reeleger, que se esquivem da responsabilidade diante de pressões de grupos negacionistas ou de um governador que aparenta desconhecer a existência da ciência que tanto prega e que parece ter encontrado na pandemia  uma maneira de retornar ao seu antigo ofício de apresentador de programas de televisão, preocupando-se apenas em manter sua audiência nesse seu show de horrores, que atormenta nossas tardes, e não em efetivar medidas que enfrentem esse vírus e mantenham nossas vidas a salvo

Contamos com o prefeito Lucas Pocay e os demais prefeitos e prefeitas de nossa região, que tomem de imediato as medidas que são necessárias para conter a proliferação desse vírus mortal em nosso meio e que modifiquem seus decretos que permitiram o retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais e privadas. Pedimos, também, que suspendam o reinício ou a continuidade das aulas presenciais em suas redes municipais.

Que todos entendam que: Aprendizagem se recupera. Vidas, não!

 

 

Luís Antonio Nunes da Horta

Diretor Estadual e Coordenador Regional

Apeoesp Sindicato dos Professores – Subsede de Ourinhos

23/02/2021

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