O mergulho ao Medievo
Por Jefferson Correia Lima
Fundamentalistas religiosos ganham espaço na sociedade. E tudo teve início quando um deputado federal, ao votar pelo afastamento da Presidenta Dilma, exaltou a Ditadura e um torturador e nada ocorreu. Todavia, naquela ocasião, a democracia estava sendo violentada.
Não se contava, pois, que o desprezo à democracia alimentasse a matilha de fundamentalistas e sectários que querem destrui-la.
A irracionalidade e o obscurantismo estão retratados na manifestação de gente cruel e estúpida que pretendeu impedir a interrupção da gravidez de uma criança de 10 anos que sofria cotidianamente abusos e estupros do próprio tio.
Além das marcas indeléveis que a criança carregará por toda sua vida, pela violência sofrida, extremistas medievais que têm como projeto social a construção da barbárie, como todo sectário, glorificaram o seu sofrimento e a negação do seu direito à infância.
O trecho da música Haiti – “se enxerga tanto espírito no feto e nenhum no marginal” -é a resenha dos visigodos tupiniquins.
A cada dia, no Brasil pós golpe, abre-se uma ferida no tecido social e na própria democracia, e a barbárie galopa.