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Novas Naturezas

Novas Naturezas

A linguagem contém saberes, e, mantem raízes que permanecem, o povo originário do sul das cordilheiras dos andes entre Chile e Argentina, Mapuches, é uma resistência viva da invasão dos colonizadores. Nesse período de solstício de inverno, acontece o We Tripantu (ano novo) em sua cultura, momento de celebrar novos ciclos, fazem seus agradecimentos a mãe terra por poderem semear graças ao período de chuvas que está por vir, passam o dia/noite até o amanhecer com atividades comunitárias entre alimentação, banho no rio, esporte, dança, música, oferendas e pedidos as estrelas, principalmente para renascer sua fé e manter os grandes conhecimentos ancestrais.

Com esses pilares, transporte suas ideias para trilhos que animem a perspectiva de realizar o que acredita!; respire e continue, dê ouvidos para a natureza e envie olhares para o coração, essas ações feitas com a intuição acendem o entendimento, cuidar da natureza mantém a esperança viva. O meio ambiente pede nossa atenção, já se nota na voz das comunidades.

Buscai o conhecimento nos computadores e livros, mas lembre-se que a vida provê aquilo que necessitamos, os seres compreendem nossa intenção. Por isso, agir se complementa com ler, conhecer, compreender, esses itens fundamentais para a educação.

Assim sendo, podemos analisar que no Brasil, povos de diversas etnias prosperavam em sua diversidade de crenças, conhecimentos e culturas, onde suas línguas e modo de viver eram mantidas, isso até antes de 1500 ‘‘descobrimento’’, a única parte da história que é mais mencionada nas escolas, e, colocada como base para a nossa sociedade. Entretanto, há aproximadamente 10 mil anos atrás, pessoas já se estabeleciam com especificas práticas e tecnologias no território atual do Brasil, local conhecido pela família linguística Tupi Guarani como Pindorama que significa terra das palmeiras, pela abundância de palmeiras que havia.

Nessa perspectiva, o etnoconhecimento dos povos tradicionais obtém saberes que estão além das leis feitas pelo homem branco europeu colonizador, das quais, apagaram e ainda seguem tentando apagar a história que existe, para impor um único ponto de vista, utilizam de suas posições na economia e política a fim de atitudes incompreensíveis para impor suas vontades, esse forma de pensar segue presente infelizmente, quais objetivam homogeneizar estilos de vida, de produções agrícolas, fonte de sabedoria, e, decisões nacionais e globais, desmerecendo a identidade de cada ser e comunidade local.

Por esse motivo, o agronegócio trabalha com falta de responsabilidade dos cuidados de nossos recursos naturais, que pela ganancia causam destruição do equilibro dos ecossistemas, avançam em biomas sagrados que são nutridos de biodiversidade., entretanto estudos da Agroecologia contribuem para a ação de decifrar paradigmas da sociedade, entrelaçando o conhecimento entre saberes ancestrais e científicos, dos quais, encaminham possibilidades palpáveis das mudanças que necessitamos para a sobrevivência de nossas gerações.

Em vista disso, tem se a importância nas demarcações de territórios indígenas, com a devida consciência de sua ancestralidade, ter esse respeito pelos habitantes que já viviam nestas terras é o mínimo que se espera das políticas públicas., na atualidade parte dos indígenas se adaptam a tecnologias levadas pela expansão da urbanização., porém a essência natural segue a mesma, com isso, podem utilizar dessas ferramentas para disseminarem seus fundamentos.

Nesse sentido, temos a percepção da extrema importância da conservação e regeneração do meio ambiente, conscientes da retomada indígena por serem povos originários e o reconhecimento como guardiões das florestas, que oferecem soluções em seus saberes para a manutenção de nossa existência.

Estamos vivendo o tempo passado, tempo presente e o tempo futuro, o We Tripantu traz a nós uma possibilidade de refletirmos, momento de escutar nosso íntimo ancestral, observar os detalhes da natureza viva, sentir o vento, conversar com os pássaros, enxergar a energia do sol, ouvir o rio, tocar a terra, semear, plantar…

 

Caminhando em Ourinhos nossas raízes, Pablo Lauwrence vem descobrindo o ancestral para viver o presente. Estudante formado em TI – Segurança da Informação na Fatec e atualmente na graduação de Geografia na Unesp-Ourinhos., Unindo as vivencias de estudos, família, festivais, trabalhos, voluntariados, montanhas, vulcões, naturezas y sítios em países como Áustria, Brasil, Canada, Chile, Espanha e Irlanda, entre outros.

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