Desse amor eu não quero, mas busco sempre o melhor
Em 2020, o Juiz Ivo Rosa recebeu o convite, por parte de António Guterres, Secretário Geral da ONU, através de uma carta para se manter por mais dois anos numa bolsa de magistrados ligada às Nações Unidas. Situação até aqui normal, não fosse ele o Juiz encarregado de julgar José Sócrates, ex primeiro-Ministro de Portugal, acusado de 31 crimes, entre eles corrupção, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos na famosa Operação Marquês. Pois bem, dos 31 crimes, Sócrates vai a julgamento somente por seis: três de lavagem de dinheiro e três de falsificação de documentos, caindo por terra o de corrupção passiva de titular de cargo político. Este pronunciamento prescreveu, não significa que seja inocente, significa que a Justiça em Portugal não funciona. Nem me vou pronunciar sobre os outros políticos ou empresários importantes que o Juiz Ivo Rosa já livrou.
Em 2013, a Operação Marquês teve seu início com a abertura do inquérito por culpa de outra investigação iniciada em 2011, com vista a investigar o amigo de Sócrates, Carlos Santos Silva. Estamos em 2021 e só agora houve a leitura por parte do Juiz. Agora Sócrates afirma que pode pedir indenização ao Estado pelas denúncias das quais não vai ser acusado.
Sócrates foi considerado o político mais imoral, mais autoritário após a ditadura, aliás, acredito que nem na ditadura tenha sido dessa forma. E com a leitura do Juiz Ivo Rosa podemos claramente afirmar que Sócrates enriqueceu ilicitamente na política. Esta história se compara em muito a situações já vividas no Brasil, como malas de dinheiro, como dinheiro nas cuecas, enfim, países irmãos até no roubo na política. Falta de carácter das pessoas é igual neste nosso redondo mundo. Seis anos após ter sido detido no Aeroporto de Lisboa, o Juiz Ivo Rosa aceita a pronúncia de seis crimes contra Sócrates. Incrível como os tentáculos da corrupção funcionam no mundo. Como pode um Juiz ter ligações a António Guterres e mesmo assim julgar Sócrates? Como falamos na gíria o mundo não dá voltas, ele capota. Mas como acompanhei a política por muitos anos da minha vida, lembro-me bem das histórias que o meu pai contava a mim e à minha mãe à mesa durante o jantar. A política é um misto de o Poderoso Chefão (o padrinho em Portugal) e História sem fim (história interminável no meu país). Um dos grandes problemas que eu vejo é que a política deveria ser usada para ajudar o próximo, para trabalhar em prol da população, mas quando o poder chega as pessoas se corrompem, infelizmente.
Este ano em Portugal, a Justiça sofre a sua maior hecatombe, o seu equinócio. Mas a meu ver sofre todos os dias quando condena inocentes e os considera culpados, podemos ver que a Justiça não é cega, apesar de ter a venda nos olhos, símbolo da imparcialidade, e que a balança pende sempre para o lado dos mais fortes, dos mais poderosos. Como dizia o meu falecido pai, depois desta só me falta ver uma vaca a andar de bicicleta ou um porco voar.
Falando em porcos voando ou vacas andando de bicicleta não posso deixar passar toda a história da UPA de Ourinhos. Desde o início da pandemia, foram 210 óbitos. Estranho é que durante a transição de nova Organização Social tenham ocorrido 33 óbitos em oito dias, que tenha havido uma correria na transferência de pacientes por falta de oxigênio, como se estivéssemos assistindo a corrida mais louca do mundo. Relembro que esta situação foi depois confirmada pelo nosso Prefeito, perante um órgão de comunicação social, mas antes eram calúnias e difamações. Juntando a tudo isto temos a renúncia da Secretária Cássia Palhas (motivos de saúde em plena pandemia não convencem ninguém e levantam ainda mais as suspeitas que se falam pelos corredores da política) e a nomeação de Donay Neto, sem qualquer preparo ou formação para o lugar, formado em Logística, que nem Pazuello, esse grande Ministro da Saúde que junto com o Presidente da República causaram a morte injustificável de milhares de pessoas. Como pode esta gestão aceitar uma Organização Social que responde por, pasme-se o leitor, 82 processos na justiça, inclusive por contratar falsos médicos, fora a ação civil movida pelo Ministério Público que questiona a legalidade de contratações entre a organização e prefeituras.
Razão tinha o Vereador Guilherme Gonçalves ao tentar fiscalizar a UPA já em março, sabendo pela população, sim porque um Vereador representa a população e deve escutar os seus gritos de ajuda, e a população está sofrendo demais na UPA desde a entrada desta nova Organização Social. Acredito que teremos que mudar o nome de UPA para PMA (podem morrer aí mesmo).
Esperemos que a CPI aberta em 29 de março não termine em pizza, já que a mesma foi proposta pelos Vereadores fora da base de apoio do Prefeito, a que se juntou a Vereadora Nilce, e muito bem, mas terá como integrantes somente o Investigador Cícero, fora da base de apoio. Veremos o que daí sairá, exemplo igual à obrigatoriedade de transparência proposta pela Vereadora Roberta Stopa, que até a data nada foi feito.
Lembrando, que em plena pandemia, no dia 30 de março, em diário oficial do Município de Ourinhos, mais cargos comissionados, cujo consumo às contas públicas é na ordem dos R$ 3 milhões mensais.
Iaras tem assentamento do MST, tem também os Acampados, que ainda não têm a sua terra atribuída. Várias famílias que o Serviço Social não fez o mapeamento delas. As famílias se sentem humilhadas e não se deslocam ao CRAS. Ao não o fazerem ficam no esquecimento. Graças aos Vereadores Waldemar Cortês e Sílvio Magrão, a justiça está sendo reposta, já que eles se deslocaram ao Assentamento para indagar as demandas e necessidades dos necessitados. Hoje são entregues 200 cestas básicas mensalmente que não atendem a demanda necessária. Falta de programação leva a que tenham que fazer novo pregão para entregar as mesmas 200 cestas, mas a cada 15 dias. Triste que a falta de preparo leve a que a muda do pneu ocorra com o carro em andamento. Só este mês é que apuram a necessidade das pessoas quando a logística deveria ter sido feita desde a tomada de posse em janeiro. Tudo isto graças a um grupo de amigos, que começou via whatsapp. Helenice, auxiliar administrativa, Solange, operadora de caldeira, Erica, autônoma, Severiana, pedagoga, Juliana, empresária, e Chico Silva, instrutor de auto escola. Este grupo de amigos começou na época da pandemia, em virtude do distanciamento e isolamento social, por forma a ajudar, apoiar e informar os mais necessitados, tomou uma proporção tão grande que até o Vice-prefeito e quatro Vereadores fazem parte do grupo, com vista a resolução de problemas que os cerca de 9.500 habitantes da cidade de Iaras relatam. Ao atingir este patamar de sucesso e credibilidade, o grupo de amigos pensa em arrumar um espaço físico que possa atingir um maior número de população da cidade. Faz sentido a criação deste espaço já que 400 cestas básicas para servir uma população de cerca de 9.500 pessoas mostra a falta de logística que a Secretaria de Assistencial Social apresenta. Para a semana, falaremos mais sobre estes quesitos porque a parte social é muito importante e temos que dar voz a quem faz o bem.
Finalizo do jeito normal que vocês sabem, com uma frase para refletir, de Sérgio Santana: ” Não mude por ninguém, mude por você mesmo. Essa é a essência da mudança. Mudar porque queremos progredir e não porque queremos impressionar.”
Pedro Saldida