A dificuldade de comunicação com a Prefeitura Municipal de Ourinhos
Editorial
O Jornal Contratempo encaminhou para a Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Ourinhos questionamentos que nos chegam pela população, leitores e a sociedade em geral.
São indagações que surgem diante da preocupação do colapso que vive a saúde em Ourinhos e região. Até o momento, foram 144 mortes, sendo que em 2020 morreram 65 pessoas por Covid-19 na cidade. De janeiro até hoje morreram 79 cidadãos, mais que durante 2020 todo em apenas 03 meses.
Como de costume, algo que se repete nessa administração desde o primeiro mandato: não se comunica, não se abre à sociedade. Podem alegar que a comunicação se dá pelo perfil pessoal do prefeito nas redes sociais, no entanto, desde quando isso é considerado comunicação? Onde apenas só uma parte se comunica sem ouvir o contraditório? Numa sociedade democrática, o contraditório em pronunciamentos de autoridades, vem da imprensa livre, impossibilitada por essa prática em Ourinhos. Ação copiada de Trump, ex presidente estadunidense e do incapaz eleito para o mesmo cargo no Brasil. Comunicar-se por “lives”, unicamente, seria um procedimento correto, transparente e democrático? Resta ao Ministério Publico apurar se existe legalidade nesse ato.
Que fique claro: a atual postura da administração municipal, mancomunada ao setor de comunicação, ao não responder prontamente questionamentos advindos da imprensa local não cumpre preceito constitucional a respeito:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
O momento é de incertezas e escuridão por si só. Temos um governo federal que a todo momento desrespeita os profissionais ligados a imprensa, tentando esconder dados e informações. Os recebe no chamado “chiqueirinho” do planalto. Ourinhos não tem chiqueirinho, mas possui comportamento cínico ao não se comunicar e ignorar esclarecimentos que lhe são feitos.
A seguir os questionamentos dirigidos pelo Contratempo à Assessoria de Imprensa sem nenhuma resposta, sem nenhuma satisfação:
- Como são contabilizados por dia os testes positivos e negativos de Covid em Ourinhos? Sejam testes de farmácia, feito nas UBs e laboratórios particulares? Operacionalmente, como é feito?
- Desde o início da pandemia, quantos testes foram feitos e quais os resultados até o momento? ( números positivos e negativos).
- Durante todo ano de 2020, conforme dados divulgados, morreram 65 pessoas por Covid 19 em Ourinhos, até o dia 20/03, já somam 138 óbitos. Ou seja, sem terminar março, já morreram mais que o dobro de 2020. O que pode ter acelerado a contaminação e óbitos em Ourinhos? Foi averiguado se as novas variantes estão em Ourinhos? Se sim, como foi feito e qual o resultado. Se não, por qual motivo ainda não, pois segundo epidemiologistas essa é uma informação importante para tomada de decisões?
- Os boletins epidemiológicos diários não deveriam obedecer um horário específico para divulgação, pois já ocorreram dias que o mesmo foi divulgado na madrugada e também ter um canal oficial para realiza-lo primeiramente, seja a pagina da Prefeitura ou da Secretaria da Saúde?
- Por qual motivo o boletim epidemiológico diário deixou de informar os casos ativos na cidade? Essa não é uma informação importante até mesmo para servir de ponderação à população criar consciência para ficar em casa?
- O atual Secretário Adjunto da Saúde será efetivado ou se discute outro nome? Quando sairá essa decisão?
- Cidades da região estão endurecendo as regras de combate a pandemia até mesmo acima das propaladas pelo Plano São Paulo. Dada a calamidade de leitos hospitalares e vagas nas UTIs, Ourinhos cogita fazer o mesmo?
- Qual a explicação técnica para Ourinhos ter preferido continuar com o Hospital Covid e dispensado os 10 leitos de UTIs que foram para Assis?
Imagem em destaque: site Prefeitura Municipal de Ourinhos