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Greve da Rede Estadual de Ensino, pela vida e pela Educação

Greve da Rede Estadual de Ensino, pela vida e pela Educação

A pandemia de Covid-19 atinge números assustadores, com consequente sobrecarga e possível colapso do sistema de saúde. A vacinação anda a passos lentos, devido ao desinteresse e inépcia do governo federal. O governo do Estado de São Paulo, aclamado por ser o primeiro a providenciar vacinas, não age com o mesmo interesse no que diz respeito à proteção das vidas de milhões de crianças e adolescentes que estudam na rede estadual, bem como de professores, funcionários, gestores, e das famílias de cada um desses grupos citados.

O governador João Dória (PSDB) e seu secretário da Educação, Rossieli Soares, insistem na volta às aulas presenciais nesta segunda-feira, 8 de fevereiro. Isso envolve devolver à circulação cotidiana milhões de pessoas, que pegarão transporte coletivo e que andarão pelas ruas com a massa de trabalhadores que já sofre com uma situação perigosíssima.

Sem falar na ilusão de que as escolas estejam preparadas para o cumprimento dos tão alardeados “protocolos de segurança”. Já vem de duas décadas e meia o descaso do governo estadual com a Educação pública, que é facilmente constatável na infraestrutura precária de qualquer escola. Estamos falando de espaços sem torneiras, sem bebedouros adequados, sem ventilação. São salas, pátios e refeitórios que se tornarão verdadeiras “bombas de contágio”, devido a interação entre tantas pessoas juntas, mesmo se considerarmos o famigerado “sistema de rodízio”.

Podemos observar cotidianamente a dificuldade em se respeitar regras como distanciamento, uso adequado de máscaras, higiene das mãos etc. Em um ambiente com uma grande quantidade de crianças e adolescentes, controlar tantos fatores é tarefa impossível.

Fala-se da necessidade da volta às aulas presenciais pela saúde mental e pelo aprendizado do alunado. É facilmente questionável que saúde mental e que aprendizado terão, sendo submetido a condições de controle estrito de cada passo e cada gesto. Qualquer possibilidade de trabalho pedagógico fica comprometido com professoras e professores tendo que controlar alunas e alunos para que não se toquem, não emprestem objetos, não abaixem as máscaras. Não há como imaginar uma escola em que, o tempo todo, a interação seja com distância de um metro e meio.

Dadas essas circunstâncias e muitas outras envolvidas, defendemos a greve sanitária de professores e professoras da rede estadual paulista, aprovada em assembleia realizada pela Apeoesp, no dia 05/02. Não podemos concordar com a exposição desnecessária a riscos tão altos. Já perdemos profissionais da Educação na cidade de Ourinhos para essa pandemia e não aceitamos perder mais.

Para termos Educação de qualidade, é preciso segurança e circunstâncias adequadas para a relação de ensino e aprendizagem. Não há meios para que isso ocorra enquanto a pandemia subsistir. A posição das entidades que defendem a categoria é de greve apenas das atividades presenciais, mantendo aquelas remotas, diminuindo o prejuízo ao aprendizado e garantindo a segurança de todos e todas.

Igualmente manifestamos nosso apoio à greve dos professores e professoras da rede estadual do Paraná, marcada para se iniciar em 18 de fevereiro, pelas mesmas razões.

A luta pela escola pública é a luta por um País que realmente se preocupa com as novas gerações, com a igualdade e com o desenvolvimento. Não é expondo tanta gente a riscos que garantiremos acesso adequado ao Ensino.

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