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Escolas particulares, adaptações de 2020 e expectativas para o futuro

Escolas particulares, adaptações de 2020 e expectativas para o futuro

Este ano foi atípico e precisou que as escolas se reinventassem para continuar a aprendizagem, bem como ofereceram suporte às famílias

 

Juliana Neves

 

O ano de 2020 foi e está sendo um ano letivo repleto de adaptações, dificuldades, incertezas, mudanças, receio, entre outros fatores para as escolas municipais, estaduais e particulares. Os números de casos de covid-19 assustam á todos e autoridades escolares podem até se sentirem perdidos sobre o que fazer e o que esperar do próximo ano.

Entretanto, as escolas públicas são guiadas pelas orientações do governo estadual, bem como as inovações que o governo propõe para auxiliar na missão contínua de ensinar o próximo. Já os estabelecimentos de ensino particulares, são escolas que caminham com os “próprios pés”, que de acordo com as estatísticas decidem o melhor para os seus alunos.

Frei Airton Mainardi, diretor geral e financeiro de um dos colégios de Ourinhos, diz que o deste ano é no cumprimento dos objetivos pedagógicos e na assistência para superar as lacunas de aprendizagem.

“Na impossibilidade de aulas presenciais, o esforço e a criatividade de professores têm sido a tônica recorrente para manter o fundamental vínculo dos estudantes com o ambiente escolar, mesmo à distância. Os pais perceberam como está a relação dos estudos com seus filhos, os professores tiveram que repensar suas práticas e encontrar novos recursos, o aluno percebeu a falta que seu professor faz e com as suas orientações ele consegue sim aprender. E acima de tudo, nos fez refletir que a escola é muito mais que um ambiente de aprendizagem ou somente um prédio (um bloco)”, explica o Frei.

Diante desta condição, na opinião do diretor geral, 2020 foi conduzido com mudanças baseadas no padrão de qualidade do colégio, se reinventando com a ajuda da tecnologia. Bem como de muito aprendizado como humanos, sociedade e educação.

Em uma avaliação sobre o aprendizado adquirido pelos alunos, o Frei fala que “vieram para ficar todas as ferramentas tecnológicas que dinamizam as aulas e que serão incorporadas às demais estratégias já planejadas quando acontecer o retorno ao modelo presencial em 18 de janeiro de 2021. O aprendizado ocorreu e ainda ocorre, já que teremos aulas remotas até o dia 11 de dezembro. Porém muitas famílias tiveram que se adequar para o ensino remoto, também, já que muitos pais estavam em home office e tinham que se dividir entre o seu trabalho, a rotina da família e auxiliar seus filhos que muitas vezes eram dependentes para conectar em links para assistir as suas aulas. Na Educação Infantil, tivemos uma maior dificuldade na interação com nossos alunos, já que a atenção da criança é muito pequena e a criança em casa está perto dos seus brinquedos, televisão, filmes prediletos, além da dificuldade em manipular as tecnologias que fazemos uso para o ensino remoto. Mas as famílias também foram incríveis nessa parceria que estabelecemos nesse momento de pandemia. Não é e não será um ano perdido. Ele só está perdido se você exaltar, apenas, os problemas. É hora de nós nos reinventarmos enquanto indivíduos”.

Portanto, em resumo, esta crise provoca diversos efeitos nas pessoas, como impactos emocionais, físicos e cognitivos que podem durar por muito tempo. Sendo assim, em janeiro de 2021, quando as aulas presenciais voltarem no colégio, a pretensão é de uma retomada com plano de ação para diferentes frentes. Buscando intensa articulação e contextualização.

“Daremos uma atenção especial à saúde emocional e física de nossos alunos, professores e funcionários, avaliação diagnóstica de nossos alunos, com programa de recuperação da aprendizagem e comunicação frequente com a família dos alunos”, conclui o diretor.

Rebecca Alves de Melo, coordenadora pedagógica de outro colégio particular do município, possui semelhança em sua opinião ao dizer que 2020 foi desafiador, mas com muita aprendizagem. Com isso, as principais atitudes foram de reinvenção, adaptação, ser resiliente para entregar em cada casa de aluno o melhor da escola.

“Nós fomos, extremamente, vencedores e sentimos orgulho de tudo que nós passamos, vivenciamos, aprendemos e conseguimos driblar e sair por cima de tudo isso. Foram ações muito importante para nós. Colocamos em prática coisas que, talvez, jamais faríamos e não sabíamos que seríamos capazes de produzir para melhorar o ensino dos nossos alunos”, fala Rebecca.

Em relação aos alunos, a avalição é positiva, porque continuaram tendo atenção nas aulas por entender que o on-line teria a mesma consistência e moldes da aula presencial. Sendo assim, ficavam de câmera ligada, cumpriam o horário, interagiam com os professores e os colegas, realizavam as atividades para crescerem educacionalmente.

Segundo a coordenadora, “o ensino não prejudicado, porque continuamos entregamos nas casas dos nossos alunos como se tivéssemos na escola, então, não tiveram prejuízo pedagógico. Mas, claro, tiveram alguns atrasos de conteúdos e momentos que precisamos trabalhar de forma mais tranquila. Algumas coisas precisaram ser adaptadas e, talvez, não tenha sido tão igual ao presencial”.

Para o próximo ano letivo, o objetivo da escola é continuar superando desafios, evoluir, continuar se reinventando, aprendendo e formando integralmente os alunos.

 

Pais e responsáveis

Para os pais ou responsáveis pelos estudantes, os que estudaram junto com os alunos neste ano, mesmo que precisaram modificar a sua rotina para garantir um bom serviço e o aprendizado para seus filhos, a avaliação da escola que o filho está matriculada é de responsabilidade e gratidão.

Para Simone Pontara, mãe do Angelo de 12 anos, afirma que a atitude da escola que seu filho estuda, há seis anos, foi a mais sensata possível. “O ritmo, a responsabilidade e o conteúdo não mudaram mesmo com as aulas on-line. A dedicação dos professores permaneceu, inclusive com os pais.  Para o ano que vem, espero atitudes governamentais para que sejamos mais protegidos, não só os alunos, mas toda população, para voltar a nos reunir como antes. Caso isso ainda demore um pouco, o colégio permanecerá como sempre: dando o seu melhor”, fala Simone.

Simone e Angelo (Foto: arquivo pessoal)

Cristiane André Ramos, mãe do Pedro Henrique de 14 anos, também elogia a escola de seu filho. “O colégio foi muito rápido no atendimento aos alunos em relação às aulas on-line e tivemos todo suporte para que o prejuízo pedagógico fosse o menor possível. Meu filho continuou com as aulas e as atividades em todo período da manhã das 7h30 às 12h50, estou muito feliz com o trabalho realizado durante o período de pandemia. Em 2021, acredito que os alunos deverão retornar de uma forma híbrida, mas tenho certeza de que irão retornar com todo o suporte, assim como 2020”, exalta Cristiane.

Cristiane e Pedro Henrique (Foto: arquivo pessoal)

E para pais de crianças pequena, a dificuldade foi em dobro, mas a atenção da escola foi o essencial para perder o ano. Maikon Zambido, pai de Max de dois anos, relata que “a escola parou e continuou fazendo transmissões de vídeo, com a professora contando histórias, cantando, entre outras atividades infantis. Mas já voltou com todos os cuidados, álcool gel, máscaras, proteção para cobrir os sapatos. Elas sempre mandam a toalha embora para ser lavada todos os dias, está bem higienizada. Acho que tem que continuar assim até termos certeza de que está tudo bem”.

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