Pesquisa: 57% das pessoas acham que a Reforma Trabalhista será positiva apenas para empresários
Estudo realizado pelo instituto Vox Populi em parceria com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) analisou a opinião da população sobre o tema
Para a base aliada de Michel Temer, um dos principais argumentos sobre a Reforma Trabalhista é que ela vai acabar gerando muitos empregos. Verdade ou não, a população parece estar descrente sobre essa sentença. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Vox Populi, mais de 70% dos entrevistados acham que o desemprego irá, na verdade, aumentar! Além disso, mais da maioria acredita que essa Reforma será benéfica apenas para patrões.
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do DIEESE, afirmou em entrevista concedida à Rádio Brasil Atual, que do modo como a reforma está sendo proposta, apenas os trabalhadores sentirão seus efeitos. “Tudo isso é entendido como uma forma de precarização e redução dos direitos do trabalhador”, ressaltou o pesquisador.
O desemprego assola o governo Temer
São mais de 13 milhões de pessoas desempregadas no Brasil atualmente, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este dado é assustador, bem como a maneira como a Reforma Trabalhista irá afetar quem já está empregado, quem não trabalha e quem está a procura de emprego. Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a Reforma Trabalhista só não atingiu índices maiores de reprovação porque a população ainda não entendeu que as novas regras institucionalizaram o bico, acabaram com a carteira assinada e deu total liberdade política para os patrões.
“O governo e o Congresso Nacional esconderam dos trabalhadores que a reforma acaba com garantias incluídas na CLT. Disseram apenas que geraria empregos. O que não é verdade. Não disseram, por exemplo, que os empregos decentes serão substituídos por empregos precários, com salários mais baixos e sem benefícios, entre tantas outras desgraças previstas na nova lei trabalhista” – Vagner Freitas, Presidente da CUT
A Reforma Trabalhista
A Reforma Trabalhista faz parte de uma série de reformas que Michel Temer quer implementar no país. Apesar da crítica recebida tanto pela população, quanto de especialistas renomados, o governo não recuou a sua pauta e conseguiu fazer o projeto passar pela Câmara dos Deputados, Senado e, enfim, para a sanção do presidente. Dentre as medidas mais polêmicas estão as mudanças no horário de trabalho, como o regime intermitente, o aumento do contrato temporário de três para nove meses, a possibilidade de permanência da mulher grávida ou lactente em locais insalubres e a negociação direta entre trabalhador e empresário, sem a necessidade de intermediação do sindicato.
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