ADO denuncia: “Prefeito quer acabar com a Associação dos Diabéticos”
Projeto de Lei (PL) 2687/22, aprovado dia 1º de agosto classifica o diabetes mellitus tipo 1 (autoimune) como deficiência para efeitos legais. A nova lei dará aos diabéticos os mesmos direitos e benefícios que outras pessoas com deficiência, como por exemplo vagas de estacionamento reservadas, isenção de tarifas públicas e acesso a locais públicos.
De acordo com Júlio Cesar Benatto vice presidente da ADO, Associação dos Diabéticos de Ourinhos, a lei é uma vitória para os diabéticos. “Há muito tempo lutamos por reconhecimento como pessoas com deficiência. O diabetes é uma doença crônica que afeta milhões de pessoas no Brasil e causa uma série de complicações de saúde, incluindo cegueira, insuficiência renal e morte. A nova lei ajudará os diabéticos a viver uma vida mais independente”, disse Júlio.
O PL prevê direitos e benefícios para diabéticos como pessoas com deficiência como, vagas de estacionamento reservadas, isenção de tarifas públicas, acesso a locais públicos, prioridade em filas; isenção de imposto de renda para próteses e equipamentos médicos; auxílio-aluguel para pessoas com deficiência; Isenção de taxas escolares; acesso a programas de emprego/treinamento e proteção contra discriminação. “ Quem tem diabetes é para o resto da vida, então eles não consideravam como deficiência física mas é uma deficiência imunológica e quem tem diabetes precisa de tratamento para o resto da vida não para nunca”, destacou Benatto.
Em atividade desde 1993 a ADO vinha prestando atendimento médico especializado para milhares de diabéticos associados, mas, desde o inicio deste ano a associação deixou de oferecer consultas periódicas com endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros e demais profissionais para o acompanhamento, orientação e tratamento especializado, por força do fim de convênio com subsidio financeiro da prefeitura.
Desde então o serviço de saúde especializado para diabéticos que era prestado pela ADO passou a ser feito no Postão Central. Mas a entidade continua atuando só não mais realiza consultas. “Continuamos em atividade, inclusive encaminhando para a justiça muitas reclamações por falta de medicamentos nos postos de saúde que eram distribuídos pela associação, só não podemos mais fazer consultas com médicos o restante do que fazíamos e ainda podemos fazer a gente faz”, disse.
“Prefeito quer acabar com a associação”
Segundo Benatto, a ADO tentou recentemente um acordo com a Prefeitura, pois tem sido contemplada com indicação para o recebimento de recursos via emendas parlamentares, “ só que o Lucas Pocay não repassa para entidade o dinheiro das emendas, já são 200 mil do deputado Vicentinho (PT) e mais 100 mil do deputado Luiz Carlos Mota (PL) mas o prefeito não repassa, ele quer que fechar a associação”, acusou
Conforme o vice presidente da ADO, a entidade possui vários equipamentos fazer exames que os pacientes diabéticos precisam e que demoram muito pela rede pública, primeiro, para serem agendados e depois para serem realizados. Ele cita exames oftalmológicos que tem sido remetido pela Secretaria de Saúde de Ourinhos para laboratórios de outras cidades.
“Exames nos olhos tem que ir para Herculândia e demora 6 meses para agendar, se o diabético tiver uma hemorragia no olho como aconteceu com vários pacientes pode ficar cego, quem não conseguiu fazer particular perde a visão. Demora 6 meses para fazer o exame e depois demora de dois à três meses para vir o resultado lá de Herculândia”, denunciou.
“Secretário de Saúde Caio Lima tentou tomar equipamentos”
São exames de alta complexidade e conforme Benatto esse tipo de especialidade pela saúde pública tem demorado muito devido alta demanda nas cidades não só em Ourinhos. Ainda segundo ele, a ADO tentou disponibilizar o atendimento com esses equipamentos, feito pela própria associação em uma espécie de parceria com contrapartidas da Secretaria de saúde mas a proposta foi recusada pelo então secretário Caio Lima.
“Oferecemos para fazer esses exames na associação, mas o Caio Lima entrou na justiça para tomar todos nossos equipamentos alegando que nós não estamos usando. Quer tomar todos nossos equipamentos médicos, computadores, mesas, cadeiras, máquinas, glicosímetros, quer tomar tudo ”.
Júlio diz que a associação está se defendendo da tentativa de desmonte e continua buscando melhoras para a assistência no tratamento de diabetes, agendando e realizando alguns exames a medida que a entidade consegue verba com dinheiro de doações, promoções como venda de pizza e rifas. “Com esse dinheiro contratamos um profissional e fazemos exames necessários, temos a balança de impedância pra atender vários pacientes necessitados da associação que tem problemas de obesidade, fizemos até vários exames de eletrocardiograma . Está difícil mas estamos trabalhando como podemos”, pontuou.