Temer capenga em rede nacional
Por Gabriel Pozza*
Com popularidade extremamente baixa, segundo os índices de pesquisa Brasil afora, o presidente ilegítimo Michel Temer (MDB) segue não poupando esforços para enganar e convencer a população em relação às necessidades da aprovação da Reforma da Previdência. Sua aparição em canal de televisão recentemente foi no mínimo asquerosa, demonstrando seu absurdo cinismo ao afirmar que esta reforma seria seu “legado histórico” para o país. Não precisamos esperar o futuro para constatar sua maldita herança.
Ao mesmo tempo em que Temer insiste no discurso capenga de que a Previdência está quebrada, o governo federal segue gastando enormes quantias do dinheiro púbico em publicidade para tentar aprova-la. Exemplo disso foi sua participação nos programas televisivos de Silvo Santos e Ratinho onde divulgou mentiras sobre a necessidade da reforma, contrariando assim as mais de 200 páginas do relatório final da CPI da Previdência¹ a qual aponta erros na proposta de reforma apresentada pelo governo.
Esta CPI detalha, entre outros pontos, a inexistência de déficit, motivo pela qual não repercutiu nas grandes mídias e segue sendo ignorada. O relatório alega haver inconsistência de dados e de informações anunciadas pelo Poder Executivo, que “desenham um futuro aterrorizante” a fim de amedrontar a população. Tudo isso com o intuito de acabar com a previdência pública e aumentar o campo para atuação das empresas privadas. Não é atoa que o formulador da reforma é membro de uma das maiores empresas de previdência privada do país².
Através da compra dos votos parlamentares, os quais custaram cerca de 32 bilhões de reais aos cofres públicos, Temer conseguiu barrar o prosseguimento de investigações por corrupção, formação de quadrilha e obstrução de justiça. Com provas fartas, podemos ver a total parcialidade dos grandes canais de televisão onde apresentadores e plateias aplaudem, sem protestos, um golpista com popularidade a beira do zero. Estranho? Não! Todos foram pagos para isso, assim como os deputados e senadores que aprovaram diversas outras reformas neste período.
O argumento que o governo vem utilizando em busca de apoio popular diz respeito aos “privilégios” de setores da sociedade. Interessante é observar que Michel Temer defende a manutenção das atuais regras de aposentadoria especial para os parlamentares os quais recebem aposentadoria integral, comprovando 35 anos de mandatos parlamentares, em torno de R$33,5 mil por mês. Além disso, poderíamos citar as imensas regalias do poder judiciário que desfrutam de infinitos auxílios, como é o caso do auxílio moradia que chega a mais de R$4.000, ou seja, bem acima do rendimento de 50% da população brasileira que sobrevive com salário mínimo.
O legado histórico que Temer está deixando ao Brasil é inegável: um amontoado de medidas políticas que visa fazer a classe trabalhadora pagar pela crise do sistema capitalista, destruindo conquistas sociais em prol dos mais ricos. O congelamento dos gastos públicos, a venda da soberania nacional, a Reforma Trabalhista, a Lei da Terceirização e a Reforma do Ensino Médio são alguns exemplos de sua herança maldita ao povo brasileiro. O tempo provará a desgraça deste legado criminoso e os golpistas de hoje terão lugar de honra na lata de lixo da História.
¹ https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/10/25/cpi-da-previdencia-aprova-relatorio-final-por-unanimidade
² http://pec287diganao.org.br/publica-denuncia-conflito-de-interesses-de-formulador-da-pec-287/
* Gabriel Vidal Simõis Pozza, 30 anos, natural de Piraju, morador de Ourinhos e Corinthiano. Formado em Geografia pela Unesp Ourinhos e pós-graduado em “Ensino e Pesquisa na Ciência Geográfica” pela Unicentro/PR. Atualmente é professor de Geografia da rede estadual do Paraná (Jacarezinho).