Thomas de Toledo: Chega!
Devido aos acontecimentos de ontem no Paraná, onde o governo do PSDB ordenou que a polícia cometesse um massacre contra os professores e que por pouco não resultou em vítimas fatais, sinto-me na obrigação de expressar minha mais profunda solidariedade aos grevistas.
Da mesma forma, estendo meu apoio aos professores de São Paulo e de todos os outros Estados que estão de braços cruzados.
Minha profissão é professor e já cansei de ouvir pessoas como Geraldo Alckmin do PSDB dizerem que professores deveriam trabalhar por amor à profissão e aceitar a condição miserável que sua ideologia neoliberal impõe. Convido então Alckmin e Richa a darem seus exemplos e experimentarem passar 3 meses pelo menos com o salário que recebem os professores. Convido-os a experimentar o que é ficar esses três meses dando aula em classes superlotadas, aplicar provas, colocar notas no sistema, registrar faltas e tudo mais que esse trabalho quase escravo de produzir estatísticas nos obriga.
Antigamente professores ganhavam salários de médicos e juízes. Com Collor, FHC, Covas, Serra, Alckmin, Richa, Aécio e todas essas tralhas tucanas, o salário de um mestre tornou-se menor do que de um escriturário concursado. Este partido é criminoso com a educação é preciso que todos saibam por que: quanto mais ignorante forem as pessoas, mais continuarão votando neles.
Recordo-me de um amigo professor que entrou em depressão quando a coordenadora de ensino disse em uma reunião que mais vale um diário de classe bem preenchido do que uma aula bem dada. Este é o modelo tucano: produzir números. Se há muita reprovação, resolve-se o problema acabando com ela, mesmo que se formem analfabetos.
Como professores, ainda somos obrigados a disputar corações e mentes com a Rede Globo, o narcotráfico e as igrejas evangélicas, que muitas vezes chegam a renegar o conteúdo didático em favor de seus projetos políticos, econômicos e religiosos.
Sou professor universitário e sobrevivo com um salário de miséria. Fico aqui nas redes e na sala de aula tentando despertar algumas consciências, mas chego à conclusão que este é um trabalho quase impossível. Chega! Minha vida está uma bagunça financeira por que dedico meu tempo precioso aos outros e por isto estou em dificuldades.
Da mesma forma que esses professores em greve não aguentam mais, chegou a hora de eu dar meu grito. O sangue que escorreu de cada um dos professores atingidos ontem é também o meu sangue. E por isto que deixo claro que o maior inimigo da educação neste país chama-se neoliberalismo, doutrina política professada como religião pelo PSDB, que desmontou o ensino em SP, MG e PR.
Chega! Agora é hora de reagir. Os criminosos da barbárie de ontem têm nome e precisam ser condenados por suas agressões. FORA PSDB!
Thomas de Toledo (via Facebook)
