Aos 5 anos de existência, Contratempo se consolida como veículo de comunicação crítico e independente
O mês de junho é especial para o Jornal Contratempo.
Mês onde comemoramos 05 anos de nossa existência.
Desde o início projetado para ser uma voz livre, independente, combativa e ao mesmo tempo, informar a população de Ourinhos e região de temas nem sempre afáveis ao gosto da própria população, muito menos às estruturas possuidoras de poder e dinheiro.
No dia 24 de junho de 2015, apoiados pela APEOESP – Subsede Ourinhos, ocorreu um encontro onde justamente o debate se deu sobre os rumos que a mídia poderia tomar diante das novas tecnologias e radicalização da democracia. Os ventos da liberdade e autonomia ainda sopravam por aqui, mas já se podia sentir o bafo sujo, ofegante, desejoso da morte, representado pelo fascismo, onde na atualidade toma conta do país.
Participaram da Mesa Altamiro Borges – Barão de Itararé, Marcelo Carvalhal – UNESP e Mauricio Saliba – UENP. A mediação se deu através do jovem Rafael Dantas, entusiasta inicial da empreitada, logo mais abraçada por outros.
Esse encontro, proporcionou um incidente, demonstrativo do que significa a possibilidade da imprensa livre. O encontro se deu na Câmara Municipal, onde acordou-se que seria gravado pelos equipamentos lá existentes e depois a gravação seria cedida para os responsáveis da organização do evento. O Presidente da Câmara na época era Lucas Pocay, tendo como responsável pelo setor de comunicação, a mesma pessoa que hoje se arvora na comunicação da Prefeitura Municipal. Para surpresa da organização, na semana seguinte, ao se dirigir a Câmara Municipal para se apossar do arquivo da Mesa de Debates, o acesso foi negado. Por várias vezes foram feitas tentativas para o intento e a negativa se impôs. Certamente, quem defende a liberdade da boca para fora, não se sente bem quando a mesma lhe salta aos olhos.
Nos últimos anos o Contratempo se encorpa com matérias versando sobre a cidade, seu cotidiano e peculiaridades. Com a ascensão de Lucas Pocay ao poder, foram inúmeras publicações com denúncias de irregularidades, versando sobre nepotismo, desvio de funções, casos de negligência na saúde publica, passando desde a UPA até epidemias de dengue como ocorre atualmente na cidade. Abordamos erros e acertos da administração. Na seara da Cultura, por exemplo, nunca deixamos de publicar realizações que incentivem e possam democratizar o acesso a mesma. Entendemos que independência seja isso: apontar problemas e elogiar quando boas práticas também ocorrem.
Nacionalmente, o Contratempo sempre se posicionou a favor da democracia e da pluralidade de ideias, assumindo regionalmente o protagonismo na mídia, ao afirmar que Dilma Rousself sofreu um golpe civil, midiático e judicial. Com a ascensão de Bolsonaro ao poder, deixa essas posições clarividentes em defesa do Estado Democrático de Direito e a necessidade de barrar o fascismo em ascensão.
A imprensa ourinhense sobrevive, com raras exceções, das benesses dos cofres públicos. Para isso nunca pode ser independente e noticiar fatos que desagradem os donos do poder. Isso se arrasta por décadas. Essa não é a pratica do Contratempo e nunca será. Anunciar e denunciar de forma livre o que considera de interesse público.
Ser livre e independente não é fácil para qualquer mídia, no entanto, isso que procuramos construir nesses 05 anos : “Informação com senso crítico e qualidade”. Num momento onde boa parte das utopias que se davam em 2015 se veem ameaçadas, entre elas a liberdade e a própria vida física da população, em face da pandemia, aquilo que George Orwell escreveu se mostra atual e necessário na pratica:
“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”.
Vida longa ao Jornal Contratempo.