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Após protestos escultura pintada de rosa volta a ter cor original

Após protestos escultura pintada de rosa volta a ter cor original

De volta a cor original

Escultura instalada na Praça da Mulher localizada na confluência das ruas Antônio Carlos Mori e Júlio Mori (ao lado do pontilhão) perdeu a sua cor original característica, a estrutura artística erguida nos anos 90 ficou rosa brilhante. Por algumas horas.

E não pense que quem estragou o monumento foi algum simpatizante aloprado das ideias da ministra que subiu na goiabeira, a obscurantista Damares Alves, que vaticinou que meninos vestem azul e as meninas rosa.

O óbvio ululante leva a crer que a depredação visual ocorreu sob ordem do secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo Reinaldo Gaiguer (Pica Pau), especialista em pintar prédios históricos, calçadas, meio fio e até uma sucata de locomotiva.

Mas não se sabe exatamente se foi o adjunto quem teve a “brilhante” ideia de descaracterizar a obra de arte instalada em 1992 durante a gestão do ex-prefeito Clóvis Chiaradia.  Na época não existia Secretaria de Cultura e sim Diretoria de Cultura vinculada a Secretaria de Educação, que tinha como secretária a professora Haid Chiaradia.

Naquele ano Ourinhos sediou regionalmente a Comissão Paulista sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, a Praça da Mulher foi criada e inaugurada nesse contexto e a estátua foi doação da escultora chilena Patrícia Antélices Quinteiros.

 

Sandice e crime contra o patrimônio cultural

Ontem pela manhã quem passava pela praça percebia a transformação visual da obra, rapidamente a novidade ganhou compartilhamentos e comentários nas redes sociais com internautas indignados classificando a mudança da cor como depredação, crime contra o patrimônio cultural e uma sandice.

A tamanha inépcia implícita na, não tão inusitada ideia da pintura, provocou um imenso desgaste para o Secretário Municipal de Cultura Viinicius Costa, tanto que no final da tarde de ontem servidores da prefeitura podiam ser vistos repintando a obra na cor parecida com a original que foi batizada a tres décadas pela autora com nome “Mulher…! Mulher….?

“Gente essa obra de arte é em alusão a questão da discriminação contra a mulher, Ourinhos estava nesse movimento em 92 e trinta anos depois essa questão é uma coisa tão de agora. Essa pauta ainda é necessária porque a gente não conseguiu caminhar, teve um movimento e depois estagnou e andamos para trás. É triste ver uma estátua de uma artista que representa a força da mulher, o quanto a mulher pode ser envergada, mas não quebrada sofrer essa depredação”, comentou um agente cultural.

Outro munícipe ao comentar o que chamou de atrocidade, ressaltou que se as leis fossem respeitadas juntamente com a Cultura e a memória da cidade, o fato não teria ocorrido.

“Impressiona o olhar de outros em relação à memória, a arte e a cultura de nossa cidade. Gestores passam e não são donos da cidade, não se pode acordar com vontade de fazer algo e simplesmente fazer. Foi triste ver aquela obra de arte sendo pintada de cor de rosa, principalmente em se tratando da Praça da Mulher”.

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