Contra juros altos Centrais sindicais vão às ruas em todas as regiões do país hoje

Representantes de centrais sindicais e movimentos populares se reúnem nesta terça-feira (21) em atos em todas as regiões do país para pressionar o Banco Central (BC) contra as altas taxas de juros vigentes no país. No mesmo dia, começa a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por decidir sobre as taxas. Confira no fim do texto a lista de atos com horários e locais.

As manifestações foram convocadas pelas centrais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e A Pública, e pelos movimentos Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular. Além de pedirem a queda na taxa básica de juros, a Selic (hoje em 13,75% ao ano), as entidades querem a saída de Roberto Campos Neto, presidente do BC, indicado pelo hoje ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A saída de Campos Neto é necessária porque ele conspira contra o crescimento econômico e contra o povo. Ele está jogando o país na recessão com uma política econômica que saiu derrotada das urnas nas últimas eleições. O certo é ele sair pois não age de acordo com a vontade do povo brasileiro que disse não a um projeto neoliberal econômico”, disse a vice-presidente da CUT Nacional, Juvandia Moreira.

Campos Neto tem sido alvo de críticas diretas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de ser um órgão federal, Lula não tem o poder de trocar o comando do BC, devido a um projeto de lei que foi aprovado durante a gestão Bolsonaro e que deu autonomia ao banco em relação ao governo. Pelas regras atuais, Campos Neto fica no cargo até o fim de 2024.

Presidente da Fiesp diz que taxas de juros no Brasil são pornográficas

Vice-presidente Geraldo Alckmin também criticou a taxa Selic

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, chamou de “pornográficas” as taxas de juros no Brasil. Em discurso nesta segunda-feira (20), no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele disse que os atuais valores são inconcebíveis e precisam ser reduzidos.

“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas [cambiais] são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil”, disse.

Segundo ele, altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira. No mesmo evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.

“Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade”, disse. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central  começou a discutir a nova taxa Selic, ontem  terça-feira (21).

Com Brasil de Fato

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