Delação da Ecovias envolve Claury Alves da Silva em esquema de propina em 1999.

O conteúdo de uma delação feita no ano passado ao Ministério Público Estadual por executivo da Ecovias  com relatos de pagamento de propina e caixa dois em meio à concessão de praças de pedágios das rodovias Anchieta e Imigrantes em 1998, traz a tona o nome dos políticos envolvidos, entre eles o ex-prefeito de Ourinhos Claury Alves da Silva então deputado estadual em 1999.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, as irregularidades ocorreram entre 1998 a 2015, período dos governos do PSDB de Mario Covas, José Serra e Alckmin quando teriam sido pagas propinas para os acusados entre 1999 e 2014.

Conforme o jornal,  Claury Alves da Silva, à época no PTB, é citado quando o delator da Ecovias relata ao Ministério Público atuação de deputados estaduais da Assembleia Legislativa durante CPI que apurava critérios de concessões de rodovias e cobranças de pedágio em 1999.

Claury fez parte da CPI juntamente com os deputados Geraldo Vinholi (PSDB), Edmir Chedid (União), Roberto Morais (Cidadania), José Zico Prado (PT) e José Rezende (à época no PL). E segundo o delator, “todos esses parlamentares teriam recebido propinas, pagamento de vantagens ilícitas, arcadas pelas 12 concessionárias” de São Paulo na época. O pagamento, segundo ele, ocorreu “sob pena de elaboração de um relatório final da CPI desfavorável a elas”.

O delator afirmou que as concessionárias resistiram às exigências, mas depois cederam após ameaças de convocação de sócios, dirigentes de bancos financiadores que cederam ao achaque dos parlamentares da comissão que, após o recebimento da propina, acabaram confeccionando relatório favorável às empresas.

Em 2020 a Ecovias assinou acordo cível com a Promotoria paulista em que afirma ter havido formação de cartel, pagamento de propinas e repasses de caixa dois em 12 contratos de concessão rodoviária firmados em São Paulo em 2014.

As apurações seguem agora somente no contexto da CPI relacionada aos pedágios das rodovias de 2014, na qual teria havido pagamento de caixa dois aos então deputados que formavam a comissão.

Quanto ao suposto esquema de corrupção relativo à CPI de 1999, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirma que o caso prescreveu e foi arquivado e, por isso, houve extinção da punibilidade dos políticos citados entre eles o ex-prefeito de Ourinhos.

Ouvido pela reportagem da Folha, Claury Santos Alves da Silva, pai do prefeito de Ourinhos Lucas Pocay, declarou “que estranha o envolvimento do seu nome e disse que jamais participou de “qualquer conduta ilícita ou que tenha me beneficiado”“.

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