Deputados federais da região de Ourinhos contribuíram para a precarização dos direitos dos trabalhadores
As eleições federais e estaduais 2018 estão chegando. Os eleitores ourinhenses têm três candidatos da região, em destaque, concorrendo à Câmara dos Deputados, dois deles já nos representam há alguns anos no Congresso Nacional e, em seus mandatos, participaram das votações de projetos polêmicos e responsáveis pela precarização de direitos da população.
Candidatos 2018 (Ourinhos e região):
Mário Ferreira (PT) — 1ª vez concorrendo à Câmara dos Deputados.
Capitão Augusto (PR) — Eleito pela 1ª vez em 2014.
Walter Ihoshi (PSD) — Eleito pela 1ª vez em 2006.
Na procura da representação de seus municípios, os eleitores buscam a eleição dos deputados e senadores mais populares de sua região. Esta tendência traz a falta de pesquisa sobre os candidatos, de suas propostas, sua atuação e de suas ideologias.
Capitão Augusto (PR), ourinhense, e Walter Ihoshi (PSD), mariliense, procuram a reeleição em 2018. O Jornal Contratempo apurou a participação dos parlamentares na Câmara e seus posicionamentos nas votações que mais geraram indignação popular. A notícia não é boa para os eleitores da região, os dois deputados foram favoráveis à Reforma Trabalhista de abril de 2017.
Além da Lei 13467/17, o deputado mais popular da região de Ourinhos, Capitão Augusto, votou SIM para a Lei 13429/17, a lei da terceirização, que permite que todas as atividades trabalhistas possam ser terceirizadas. Também foi favorável da EC 95/16, sobre o congelamento de gastos. A Emenda Constitucional 95 (EC 95/16) colocou limite aos investimentos públicos em setores como educação, saúde e segurança, por 20 anos, resultando na precarização de muitos direitos da população, principalmente o da Previdência Social.
Ao contrário do Capitão, que está sempre presente e ativo na Câmara, Walter Ihoshi deixa de representar seus eleitores de forma completa; o deputado não compareceu ao Congresso Nacional em muitos momentos importantes. Ihoshi esteve ausente na votação da terceirização, do congelamento e até a do “impeachment” da presidenta Dilma.
Os deputados federais brasileiros têm o salário de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar e verba de R$ 101,9 mil para contratar até 25 funcionários. Podem ser beneficiados com R$ 30.788,66 até R$ 45.612,53 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato e outras despesas.
Todos os benefícios dos parlamentares eleitos pelo ourinhense na última eleição são garantidos. Seja para votar a favor de medidas prejudiciais ao trabalhador ou para ausentar-se das decisões, os deputados Capitão Augusto e Walter Ihoshi são remunerados pelo dinheiro público.
Nas eleições federais e estaduais, o foco concentra-se no presidente e governador. No entanto, deve-se lembrar que um Senado e uma Câmara dos Deputados que funcione para o povo é tão importante quanto a presidência da República.