Justiça de Ourinhos revoga prisão de PM acusado de executar procurado

 

Preso desde setembro de 2021 sob acusação de ter executado com dois tiros o foragido Murilo Henrique Junqueira de 26 anos, o subtenente da PM de Ourinhos Alexandre David Zanette, teve a ordem de prisão preventiva contra ele revogada pela justiça de Ourinhos na tarde de ontem (15).

Zanetti de 49 anos juntamente com o cabo João Paulo Herrera de Campos de 37 anos foram flagrados por câmeras de segurança, executando o foragido quando o mesmo se entregava com as mãos na cabeça não resistindo à prisão. O crime ocorreu em uma viela da Rua Elvira Ribeiro de Moraes no Jd São Carlos na periferia de Ourinhos.

Na delegacia, os PMs informaram que tiveram conhecimento de que Murilo estava foragido sem explicar como ficaram sabendo do paradeiro do rapaz. E com mandado de prisão aberto e um processo no Paraná foram ao local capturá-lo.

Os dois policiais respondem pelo crime sendo que o cabo Herrera está em liberdade provisória.  A prisão preventiva de Zanetti havia sido decretada baseada em um laudo do Instituto de Criminalística sobre o vídeo, que mostra o subtenente efetuando os dois disparos que mataram Murilo.

No primeiro depoimento os policiais alegaram que agiram em legítima defesa quando foragido teria resistido à prisão atirando contra eles. Mas as imagens desmentem os dois PMs, pois mostram Murilo desarmado se entregando e sendo alvejado pelo subtenente, com um primeiro disparo e outro quando o detido já estava caído e ferido.

A revogação da prisão preventiva de Alexandre David Zanete pela justiça de Ourinhos deu-se ante a apelação da defesa do subtenente, com o pretexto de que a Justiça encerrou a produção de provas contra o acusado; cujo caso pode ter desfecho perante o Tribunal do Júri.

A libertação contradiz o Ministério Público que pediu a sua prisão denunciando o subtenente por homicídio qualificado.

De acordo com o juiz do caso, em liberdade Zanetti terá que cumprir medidas cautelares como apresentar-se todo mês à Justiça para informar e justificar atividades; proibição de manter contato com todas as pessoas ouvidas como testemunhas por qualquer meio ou por interposta pessoa, também a proibição de se ausentar da cidade sem autorização do juiz.

“Em que pese à existência de prova da materialidade e indícios da autoria do crime, entendo que não mais subsiste a necessidade da prisão cautelar, haja vista que, como bem destacado pelo D. Defensor, a instrução processual já se encontra encerrada, restando, portanto afastada a necessidade da manutenção da prisão por conveniência da instrução”, expõe nos autos o magistrado responsável pela decisão que pôs o PM em liberdade.

O subtenente está próximo de aposentar e também responde a investigação militar. Teve o seu salário suspenso, mas conseguiu reverter a ordem judicial e continua recebendo. Já o cabo João Paulo Herrera de Campos, parceiro de Zanette abordagem que culminou em assassinato, é investigado apenas por fraude processual.

 

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