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Mortes por Covid-19, suspensão de aulas e subnotificação: a pandemia hoje em Ourinhos

Mortes por Covid-19, suspensão de aulas e subnotificação: a pandemia hoje em Ourinhos

Com o avanço da vacinação, as aglomerações, que já vinham desde os períodos mais críticos da pandemia, aumentaram visivelmente. Bares, casas de festa, lanchonetes e praças públicas estão cada vez mais cheios de pessoas sem máscara ou distanciamento social.

Em Ourinhos, o último decreto que estabelece o contingenciamento, publicado em agosto, permite que salões de festa e bares trabalhem com 100% de sua capacidade, desde que garantam o distanciamento de 2 metros — o que, na prática, não acontece.

Hoje, as atualizações dos boletins da Covid-19 acontecem semanalmente. Na última semana, entre os dias 18 e 24 de outubro, ocorreram duas mortes e 59 novos casos divulgados pela prefeitura.

Em 2021, a alta variação entre o aumento e a queda dos casos pode ter aumentado a sensação de segurança. Afinal, neste ano, as internações, as mortes e os casos de Covid-19, tiveram um pico no início do ano e, posteriormente, reduziram de forma drástica. Na 24ª semana do ano, em maio, o número de mortos em Ourinhos superou 25 casos. Mas, com o avanço da vacinação, hoje, esse número é inferior a 5. 

Gráfico mostra taxas de casos e mortes durante 2021. Fonte: Prefeitura de Ourinhos

Porém, se comparados com os dados de 2020, os números mostram que a cautela deve permanecer. Exatamente no mesmo período do ano passado, dos dias 23 a 31 de outubro de 2020, foram contabilizadas duas mortes em Ourinhos — o mesmo número da semana do dia 25 de outubro de 2021. No entanto, a preocupação da população, na época, era muito maior, bem como as medidas de prevenção praticadas e exigidas pelo poder público.

Subnotificação — Apesar da diminuição de mortes decorrente da vacinação, é importante observar os seguintes pontos: as vacinas não impedem que os imunizados sejam contaminados com o vírus, ou seja, ainda é importante que se mantenham medidas contra a contaminação. Além disso, o esquema de testagem do serviço público ourinhense não é amplo. Pessoas assintomáticas não estão sendo testadas e, por vezes, nem mesmo pacientes com sintomas leves, como visto na denúncia feita ao Jornal Contratempo no dia 7 de outubro. O que indica a possibilidade de subnotificação.

Volta às aulas — Ainda, com a volta às aulas presenciais em todo o estado de São Paulo, no dia 18 de outubro, surgem outras confirmações da permanência da pandemia. Pelo menos 3 escolas ourinhenses já precisaram suspender as aulas de toda a escola ou de alguma sala devido à contaminação de alunos, funcionários e professores.

No dia 19, a escola EMEF Adelaide Pedroso Racanello anunciou o fechamento temporário da escola por conta da contaminação de dois professores que tiveram contato com diferentes salas de aula. Ainda, nesta última semana, na ETEC Jacinto Ferreira de Sá, quatro professores foram afastados, além da sala de um aluno que testou positivo para Covid-19. No Colégio Santo Antônio, também houve o fechamento de uma turma inteira por conta de um caso positivo.

Segundo o “vacinômetro” do Governo do Estado, as vacinas, hoje, em Ourinhos, já protegem 78% da população, com a primeira dose ou com a vacina de dose única. O município aparece na 482ª posição no ranking de cidades que mais vacinaram no estado de São Paulo. 

Para o médico ourinhense, Dr. Ronaldo Canizella, apesar do avanço da vacinação e diminuição de casos, não se pode considerar que a pandemia acabou. “Não há dúvida que ainda não acabou. Não podemos abandonar os ‘velhos preceitos’ de proteção […] É para continuar a vacinação, evitar aglomeração e fazer o uso de máscara. Essa é a minha recomendação.” 

 

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