Os ferroviários ourinhenses e a prática do futebol
José Luiz Martins
A partir deste sábado o Jornal Contratempo passa a publicar uma série de textos memorialistas contando a história do futebol em Ourinhos. São reportagens, artigos e crônicas ilustrados com muitas fotos mostrando a saga do esporte na cidade que viveu um grande período de efervescência desde os anos 20 até os anos 80. Por décadas foi a principal atividade esportiva no município, e sem distinção atingia todas as classes sociais, era a mais acessível forma de lazer e meio de socialização entre a população.
Os ferroviários ourinhenses e a prática do futebol
A adoção do futebol como lazer desportivo e associativo em Ourinhos se deu num primeiro momento a partir de 1919, tendo como principais protagonistas clubes fundados logo no início da segunda década do século 20.
O Clube Atlético Ourinhense, equipe surgida nas hostes socioeconômicas mais abastadas da cidade; e o Esporte Clube Operário agremiação difundida entre os habitantes desprovidos, como o próprio nome diz, o time do operariado.
Com o passar dos anos a pratica do futebol se espalhou atingindo todas as camadas sociais nos quatro cantos do município, com a cidade se transformando num dos principais entroncamentos ferroviários do estado.
O futebol foi promovendo cada vez mais inclusão, naqueles anos a maioria dos trabalhadores ourinhenses eram operários que trabalhavam tanto na E. F. Sorocabana(1919 -1971) quanto na Cia. Ferroviária São Paulo Paraná – FSPP (1922 a 1941).
Construída por Ingleses a FSPP foi encampada pela Rede de Viação Paraná- Santa Catarina (RVPSC) em 1942, mais tarde em 1957, com o surgimento da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) foi agrupada a nova empresa ferroviária estatal que existiu por mais de 50 anos.
Em Ourinhos como em muitas outras cidades, e a exemplo de outros clubes surgidos entre trabalhadores, os ferroviários foram os que mais fomentaram a prática do esporte. A partir dos anos 30, times como da Cia. Ferroviária São Paulo Paraná, E. C. Sorocabana, Estação Ferroviária de Ourinhos e Oficinas da RFFSA representaram a força e motivação futebolística entre os trabalhadores das ferrovias.
Em meados dos anos 50 surgiu o E. C. Ferroviário agregando boa parte dos jogadores que atuaram por essas equipes. Desde então o Ferroviário, como era chamado, passou a ser o único representante dos trabalhadores das ferrovias na cena esportiva da cidade até o começo dos anos 70.