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Ourinhos terá candidato a deputado federal pró armas

Ourinhos terá candidato a deputado federal pró armas

Fernando Ferrari preside o clube de atiradores local e é Coordenador Regional do PROARMAS Brasil

Reportagem do jornal O Estado de São Paulo em fins de julho trouxe a informação que os clubes chamados CACs (colecionadores de armas, atiradores e caçadores) se articulam para a partir de 2023 formar uma bancada no Congresso.

Em todo o País, há 34 pré-candidaturas a deputado federal, senador e governador de nomes ligados à Associação PROARMAS. Segundo apurou o Estadão, para os legislativos estaduais há mais 23 nomes sendo preparados e nos planos do maior grupo armado do País também está à criação de um partido político.

Entre os candidatos da lista figura o ourinhense Fernando Ferrari Merigli da família de empresários da Caninha Oncinha, filiado ao PTB o pré candidato a deputado federal é um dos fundadores do CACTO – Clube de Arco Caça e Tiro de Ourinhos criado em 2016.

O clube de tiro de Ourinhos tem cerca de 200 associados ou “atletas” como são referidos na pagina do Cacto no Facebook, entre seus fundadores e diretores figuram, conforme a ata de fundação, militares, empresários, médico, estudantes e até magistrados como os ex-juízes de direito José Carlos Hernandes Holgado e Osny Bueno de Camargo membros do conselho fiscal.

Anúncio do Cacto no Face Book em alusão a Cristo

Em uma de suas manifestações sobre sua candidatura na página do CACTO na rede social, Fernando Ferrari que hoje preside o clube de atiradores local e é Coordenador Regional do PROARMAS Brasil (AMPA) Regional Ourinhos, disse ser o primeiro dos Ferrari a se envolver na politica e agora quer retribuir tudo que a cidade fez pela sua família ao se eleger deputado federal.

“Na minha família nós conversamos bastante e tal, eu acho que a situação hoje do Brasil é de mudança e o que estamos pregando é a nova política que tá sendo pleiteada. A Oncinha e a família Ferrari está há 105 anos em Ourinhos. Na nossa família nunca ninguém se envolveu com política eu sou o primeiro da família e acho que tá na hora de a gente devolver, restituir tudo que a cidade fez pela gente. A Oncinha já foi a maior geradora de empregos na região e a maior geradora de impostos, hoje não é mais a mesma coisa, mas, eu acho que pelo momento nós estamos vivendo, da nova política da nova gestão, eu acho que eu tenho obrigação com a cidade para poder retribuir tudo que ela já fez para mim”, afirmou o candidato pró-armamentista.

Autorização para posse de armas via CACs se converte em porte informal de armas

O numero de CACs com registro ativo no Exército saltou de 117.467, em 2018, para 673.818 este ano, são mais de um milhão de armas nas mãos  dos associados aos clubes computadas no Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas).

O agrupamento civil armado supera todos os policiais militares em quantidade de membros (e em arsenal particular registrado em nome desses PMs), o montante supera todos os 406 mil policiais militares da ativa que atuam em todo o País e ainda é maior que o efetivo de cerca de 360 mil homens das Forças Armadas.

 

Maior acesso a armas e o aumento da violencia

De acordo com publicação da Agência de noticias do Senado, especialistas veem perigo em armar cidadãos, há um consenso cientifico nacional e internacional sobre a relação entre maior acesso a armas e o aumento da violência. Não há fiscalização, o aumento da procura para se associar a clubes de tiro tem servido como alternativa para obter posse de arma. Há despachantes que oferecem a filiação como maneira para ter acesso a armas para defesa pessoal.

Calibres e modelos para todos os gostos

Recente reportagem da Folha de São Paulo revelou que associados de CACs têm usado os decretos armamentistas de Bolsonaro para andar armados mesmo quando não estão a caminho dos locais de prática de tiro ou caça. A permissão para carregar armamento é somente no trajeto entre a residência e o clube de tiro sem qualquer restrição de rota ou horário.

Especialistas alertam que, na prática, essa flexibilização nos CACs se converteu em uma autorização para o porte informal de armas. A Folha teve acesso a inúmeros boletins de ocorrência de abordagens da PF em acidentes rodoviários onde a policia descobre a arma com os envolvidos que apresentam documentos do CAC para justificar estar com arma e acabam relatando que as usam para defesa pessoal.

Os estudiosos da segurança pública veem com preocupação o armamento da população. De acordo com eles, a literatura científica mostra que mais revólveres, pistolas e afins circulando na sociedade necessariamente pioram as estatísticas de violência letal. Para atiradores, ao contrário, Bolsonaro age de forma acertada. Eles entendem que o cidadão precisa estar armado para proteger sua vida e seu patrimônio.

 

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