Quando há um vencedor em um debate entre candidatos
Dizem que todo debate político tem um vencedor. Na maioria das vezes se indica o povo e a democracia como os ganhadores. No debate entre os candidatos a prefeito de Ourinhos, realizado na última terça-feira, no auditório da AERO, porém, podemos dizer que o grande destaque do evento foi o candidato Mário Ferreira, da Coligação Mudança para uma Ourinhos melhor, formada por PT e PCdoB.
As intervenções de Mário possibilitaram que assuntos que são varridos para debaixo do tapete na política ourinhense pudessem ser discutidos.
Logo na primeira resposta, quando a corrupção foi o tema, Mário teve coragem de abordar o número excessivo de cargos em comissão na cidade, em sua maioria indicados por vereadores. Numa só tacada Mario mostrou que essa prática provoca desperdício de dinheiro público, e denunciou claramente o fisiologismo corrupto que ronda as relações entre o Executivo e o Legislativo ourinhense. Como bem disse o candidato, é notória a existência daquilo que ele chamou como um “balcão de negócios”, onde o prefeito aceita que vereadores indiquem pessoas para beneficiar seu grupo político, e a competência e capacidade técnica não são levados em consideração. Mário explicou que hoje existem na Prefeitura de Ourinhos 345 cargos em comissão, Assis possui 128 e Marília, com o dobro da nossa população, possui 145.
Mário atribuiu aos dois grupos que se alternam no poder há mais de 20 anos na cidade a consolidação dessas práticas que contaminaram o meio político. O candidato voltou a falar sobre corrupção quando fez pergunta a Lucas Pocay: “Que promessas foram feitas ou acordos firmados com os atuais vereadores para que apoiassem a sua candidatura?”, perguntou Mário, referindo-se à prática comum na política ourinhense. Não recebeu resposta objetiva.
Mário foi o único que teve coragem de “botar o dedo na ferida”, desnudando as relações políticas e mostrando o quanto são nocivas para a cidade. Se sua participação no debate tivesse sido apenas para “jogar no ventilador” esses vícios da política ourinhense, já teria sido destaque, pois nem Toshio nem Lucas se aventurariam. Porém, Mário foi muito além: Mostrou que é um candidato culto, bem informado e que não possui alianças com grupos ou políticos da cidade. Sua participação foi embasada por dados e informações pesquisadas, e quem assistiu percebeu que ele representa uma possibilidade de mudar a realidade da administração pública em Ourinhos.