Rodovias brasileiras pioraram sob Tarcísio de Freitas, mostram relatórios
Porém a narrativa explorada pelo candidato cai por terra pois dados mostram que seu principal cartão de visitas – a gestão das rodovias – teve resultados péssimos. O número de estradas federais em situação insatisfatória sob a gestão de Tarcísio aumentou de 48,4% para 55,9% conforme revela reportagem especial do The Intercept Brasil ( https://theintercept.com/2022/10/10/relatorios-mostram-que-situacao-das-rodovias-brasileiras-piorou-na-gestao-de-tarcisio/ )
O ex-militar, que é chamado por bolsonaristas de “Tarcisão do Asfalto”, conseguiu a proeza de piorar a situação das estradas brasileiras em seu período como ministro até permitindo que concessionárias operassem de forma fraudulenta em obras previstas em contratos de concessão.
Em fevereiro de 2022 o então pré-candidato de Bolsonaro ao governo paulista garantiu que duplicação da BR-153 era uma prioridade da pasta da Infraestrutura , a obra em todo o trecho Paulista da rodovia seria finalizada e que constava em contrato assinado com a concessionária Triunfo Transbrasiliana Concessionária de Rodovia S/A, afirmou o ministro.
O discurso de Tarcísio foi de encontro com argumentos da concessionária apresentados a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres que seria necessário a realização de obras adicionais com pretexto de desafogo do tráfego e melhorias na segurança da rodovia dependeriam da sua ampla duplicação.
Porém, no ultimo dia 18 o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou a informação de irregularidades na concessão da BR-153/SP acusando a concessionaria Transbrasiliana de adulterar relatórios da qualidade das rodovias com informações falsas.
O TCU analisou, sob a relatoria do ministro-substituto Weder de Oliveira, representação contra indícios de irregularidades verificados na ANTT relativas a fraudes contratuais e prestação inadequada de serviço na BR-153/SP por parte da concessionária.
Ficou demonstrado que, por meio de adulteração dos relatórios e laudos de aferição de parâmetros de qualidade das rodovias, a concessionária simulou, perante a ANTT, o cumprimento do programa de exploração da rodovia (PER). “Na verdade, jamais executou a contento as obras de duplicação e construção de terceiras faixas previstas”, explicou o ministro-relator do TCU Weder de Oliveira.
“Mais grave do que induzir a necessidade de ampla duplicação da rodovia a partir de manipulação dos laudos de aferição é a exposição dos usuários aos riscos de acidentes pelo mau estado de conservação e sinalização da pista, conforme sobejamente demonstrado pela fiscalização do Tribunal”, acrescentou Weder de Oliveira.
O TCU determinou à ANTT que instaure procedimento administrativo específico para apurar as possíveis irregularidades relacionadas a fraudes nos relatórios de monitoração das cláusulas do contrato de concessão da BR-153/SP.