Sem criar Ecopontos prefeitura irá multar quem descartar entulhos irregularmente

 

Exemplo de Ecoponto em Fortaleza no Ceará

Ourinhos é uma cidade que não possui locais e espaços adequados para que a população possa fazer o descarte correto de pequenas quantidades de entulho de construções, restos de vegetação, materiais inservíveis como móveis velhos, quinquilharias entre outros.

Ao andar pela cidade é comum se deparar com entulhos descartados em terrenos baldios, áreas públicas e até mesmo em áreas de preservação ambiental. Esse lixo descartado dessa maneira além de ser uma agressão ao meio ambiente é considerado crime ambiental.

Essa degradação dá-se pela ausência de politicas públicas para esse setor que, através da conscientização somada a ações governamentais inovadoras pode fazer a diferença na gestão desses tipos de resíduos.

Existe no município uma empresa privada licenciada para receber e reciclar os chamados RCC – Resíduos da Construção Civil; recentemente a KAZO que opera uma Usina de Reciclagem do material coletado por “caçambeiros”, revelou que existem mais de 30 localidades sendo usadas pela população para descarte irregular do material.

Classificados como “pontos viciados” esses locais também estariam sendo utilizados por algumas das 14 firmas de locação das caçambas em atividade na cidade que cobram entre 200 e 250 reais pelo aluguel dos containers.  A KAZO cobra uma taxa de 40 reais por caçamba dessas empresas, recolhe, processa a reciclagem separando o material que pode ser reutilizado e dá destinação final aos rejeitos.

Ecoponto instalado na periferia da cidade de Maceió

Na contramão de estabelecer uma politica pública eficiente que conscientize e de opções ambientalmente corretas, como a construção de Ecopontos, para população se livrar de pequenas quantidades desse material sem custos, a administração municipal anunciou irá somente intensificar a fiscalização.

A medida foi anunciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura de Ourinhos após reunião virtual com Cetesb, Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar Ambiental (que terá atividade delegada para reprimir e multar) para tratar de operação conjunta para combater o descarte irregular de entulhos da construção civil.

De acordo com a notícia divulgada pela Coordenadoria de Comunicação da prefeitura, durante a reunião foi feito amplo debate sobre o assunto, exposto os pontos viciados e a demonstração do trabalho de rastreamento da Secretaria de Meio Ambiente de locais onde há o descarte irregular dos resíduos.

Sem qualquer menção sobre a implantação de Ecopontos o secretário de Meio Ambiente Maurício Amorosini disse: “A partir de agora vamos fiscalizar intensamente tantos os locais de recepção de material como as empresas que operam nesse segmento inclusive os geradores de resíduos, que é responsável desde a geração da sua obra ate a destinação final”.

Nenhum Ecoponto

Há cerca de dois meses quando a KAZO reclamou da existência dos pontos “viciados”, pressionado, o secretário de Meio Ambiente anunciou que a prefeitura iria implantar quatro Ecopontos para receber até 01 metro cúbico do RCC e inservíveis descartados pelos munícipes.

No entanto, a movimentação da Secretaria e outros órgãos envolvidos até momento não deu mostras de que a criação dos Ecopontos vá se concretizar. Limitar-se a fiscalizar e punir quem estiver descartando irregularmente a entulhada não é suficiente para minimizar a degradação ambiental.

Politicas públicas que visem conscientizar através de campanhas e principalmente dar alternativas para população agir de forma ambientalmente correta com a implantação dos Ecopontos, tem sido em muitas cidades a forma eficiente de lidar com esse problema.

 

 

 

 

 

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