Testemunha de acidente na Castelo Branco revela que caminhoneiro provocou acidente que matou ourinhense
Na ocasião, o motorista do caminhão Valdevino Gonçalves Borges afirmou que estava dirigindo seu veículo quando foi surpreendido com um ônibus batendo em sua traseira, fato que levantou suspeitas que o motorista do ônibus poderia ter dormido ao volante e se chocado contra o caminhão.
No entanto, no boletim de ocorrência do acidente foi colhido o depoimento de uma testemunha que dirigia seu veículo logo atrás do caminhão e do ônibus no momento do acidente, e que afirmou que uma imprudência do caminhoneiro Valdevino provocou o acidente. Segundo Denílson Francisco Alves da Silva, ele transitava com seu veículo, vindo atrás do caminhão pela 3ª faixa de rolamento da pista enquanto o ônibus vinha pela 2ª faixa de rolamento quando notou o caminhão mudar bruscamente da 3ª faixa (direita) para a 2ª faixa (central) a fim de realizar uma ultrapassagem, o que fez com que o motorista do ônibus não tivesse tempo hábil de frear e colidisse contra a traseira do caminhão.
De acordo com a testemunha, ao contrário do que o caminhoneiro afirmou a polícia, ele não prestou socorro às vítimas e ficou dentro do veículo até a chegada do socorro.
No dia do acidente, ao realizar a fiscalização do caminhão que se envolveu no acidente, os integrantes da perícia técnica constataram que o seu condutor não portava nota fiscal da carga, que estava acima de peso e na inspeção feita foi verificada que a metrológica do cronotacógrafo estava vencida.
Caminhoneiro responderá por homicídio culposo
De acordo com a polícia, o caminhoneiro será ouvido nos próximos dias e poderá responder pelos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal. Além dele, passageiros, representantes da empresa de ônibus e testemunhas também serão ouvidos na próxima semana pelo delegado responsável. “A ocorrência foi registrada como homicídio culposo e lesão corporal. Vamos investigar se houve frenagem por parte do caminhoneiro, a velocidade que ele trafegava e se ele estava na faixa de rolamento destinada para caminhões. Caso essas situações tenham acontecido, ele assumiu o risco de ocasionar um acidente e pode responder por homicídio culposo. Porém, se for constatado que ele estava na velocidade adequada e estava na faixa de rolamento correta, a ocorrência pode regredir para lesão corporal gravíssima. Tudo vai depender da investigação”, explicou Ayr Daniel Paschoal Grilo, do setor de investigação da Polícia Civil.
Segundo a polícia, os tacógrafos dos dois veículos foram recolhidos pela perícia técnica e, com os equipamentos, a polícia quer identificar a velocidade do ônibus e do caminhão no momento da batida. O resultado do laudo deve sair em 30 dias. Em nota, a empresa Viação Garcia afirmou que está investigando as causas do acidente, mas que ainda não é possível apontar nenhuma causa.
Ourinhense deixou esposa e duas filhas
O ourinhense André Ricardo Gomes de Moraes trabalhava como motorista há 15 anos e deixou a esposa Denise Romano de Moraes e as filhas Anny Caroliny Romano de Moraes, 20 anos e Maria Eduarda Romano de Moraes, 10 anos.
Uma de suas irmãs, Rosana Gomes de Moraes disse que para a família, embora nada possa trazer seu irmão de volta, é importante esclarecer os motivos do acidente e demonstrar que ele foi uma vítima e não teve culpa na colisão que acabou vitimando uma das passageiras e deixou 16 feridos. “Apesar de toda dor e sofrimento que estamos vivendo, ainda tivemos que escutar nos últimos dias, várias especulações infundadas de pessoas que não conhecem os fatos e não respeitam a dor dos familiares. Claro que infelizmente isso não poderá trazer meu irmão de volta, mas ameniza nossa dor por saber que ele foi uma vítima que morreu trabalhando, fazendo o que amava. Era um excelente profissional, ótimo irmão, filho, marido e pai amoroso com suas filhas, além de ser muito querido pelos seus amigos”, ressaltou.
Fonte: Gazeta Regional