Trabalhadores da CPFL Santa Cruz rejeitam proposta e marcam greve por 24h no dia 01 de fevereiro

Trabalhadores da CPFL Santa Cruz rejeitaram a contraproposta da empresa e decidiram entrar em greve por 24 horas a partir da meia noite de 1º de fevereiro, quarta feira. A greve que foi aprovada pelos trabalhadores durante as assembleias gerais realizadas pelo Sindicato nos dias 20 e 23 do corrente mês, mesmo com ameaças e coação por parte de alguns líderes da empresa, denuncia o Sindicato dos Eletricitários de Ourinhos, Ipaussu e Região.

Segundo o Presidente do Sindicato André Paladino, a empresa condicionou o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho de 2016 à mudança na forma de custeio do plano de saúde, “agindo dessa forma a CPFL Santa Cruz quer nos obrigar a mudar o plano de saúde, já que temos uma sentença judicial que proíbe a empresa de alterar o plano unilateralmente, isso foi no ano de 2014 quando a  Empresa tentou de todas as formas migrar nosso plano médico para a Fundação CESP, o que é totalmente inviável para a realidade salarial praticada pela Santa Cruz, sob pena de multa de R$ 1.000,00 por empregado, a greve acontecerá se não houver nenhuma resposta da Santa Cruz até a próxima sexta-feira, dia 27/01.”

Esse tema tem travado as negociações salariais desse ano, que começaram em novembro de 2016. “A empresa começou a colocar essa condição para poder fechar o ACT. Os trabalhadores não aceitam que de um momento para o outro o seu desembolso com o plano de saúde tenham sofra um aumento substancial como pretende a empresa. Tentamos de todas as formas negociar, mas eles sempre chegam com a mesma conversa, e não mudam a proposta”, falou Paladino, que garantiu que foram realizadas pelo menos cinco mesas de negociações.

O formato atual do plano de saúde é de que cada funcionário pague 6,53% por cento do salário como forma de custeio do plano abrangendo a família do trabalhador, e a CPFL Santa Cruz quer mudar para R$ 69,38 por vida ou 30% do valor cobrado pela Unimed, sendo que para vários trabalhadores esta forma de cobrança inviabilizará o plano, pois ficará muito caro para ele.

Para piorar a situação, o sindicato estuda denunciar formalmente a empresa na OIT – Organização Internacional do Trabalho, já que durante as assembleias trabalhadores indignados informaram que líderes e funcionários de chefia estariam ameaçando, chantageando e coagindo o trabalhador a aceitar a contraproposta ofertada pela empresa.

Demissões na negociação

Seguindo como forma de agir da CPFL Santa Cruz, o presidente do Sindicato dos Eletricitários André Paladino notificou formalmente a empresa de que não será aceitável demitir trabalhadores no período de negociações, segundo Paladino, esta é mais uma forma de “ameaçar” os trabalhadores, e alertou que se esse tipo de “retaliação” voltar a ocorrer novamente, uma nova greve será deflagrada. O sindicato afirma que reconhece o direito da empresa de como empregador contratar e demitir como lhe convém, mas demitir no momento da negociação é desrespeito e falta de consideração com os empregados.

Premiações

A CPFL Energia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, foi uma das vencedoras na edição 2016 do Prêmio Abradee. A empresa venceu na categoria “gestão operacional” e ganhou o prêmio de “responsabilidade social”. E ainda foi eleita com o “melhor departamento jurídico da América Latina” na edição 2016 do International General Counsel Awards, premiação que reconhece empresas de todo o planeta com as melhores práticas em termos de planejamento, gestão, execução e inovação nas áreas legais, fiscais e de propriedade intelectual e ainda foi selecionada pelo décimo segundo ano seguido para compor o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

Estes são apenas alguns dos prêmios que os trabalhadores ajudaram a CPFL a conquistar, dái a indignação, a empresa recebe os prêmios e não reconhece o trabalhador, e ainda pior, estuda mecanismos de dificultar ainda mais a sua forma de vida. O presidente do Sindicato afirma que tem dúvidas de que alguns prêmios internacionais poderiam estar em risco se a denúncia a OIT for realmente feita.

Ainda segundo Paladino, as negociações com a empresa, sempre foram tranquilas, mas começaram a ficar difíceis com a entrada do novo Gerente de Serviços de Campo. “As negociações não eram fáceis, mas também não eram assim desse jeito, não haviam essas intransigências a ponto de ameaçar trabalhador, onde já se viu Gerente coagir, o líder a coagir seus comandados. Aliás, esse é o motivo que nos fará ingressar com denúncia formal na OIT ”, finalizou o Presidente André Paladino.

APOIE

Seu apoio é importante para o Jornal Contratempo.

Formas de apoio:
Via Apoia-se: https://apoia.se/jornalcontratempo_apoio
Via Pix: pix@contratempo.info