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Um ano após jovem Brian ser morto por PM, ourinhenses farão manifestação próximo a FAPI

Um ano após jovem Brian ser morto por PM, ourinhenses farão manifestação próximo a FAPI

Depois de um ano da morte do jovem Brian Bueno, pelo policial militar Luís Paulo Izidoro, de 28 anos, após ser abordado na saída da FAPI, no dia 09 de junho de 2016, sua mãe Valdinéia Pontes, parentes, amigos e apoiadores do movimento contra a morte precoce de jovens em ações violentas praticadas pela polícia militar, farão uma manifestação nas proximidades da FAPI, as 19h30, deste sábado, 10.

Veja o depoimento da mãe de Brian, no link abaixo:

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/tem-noticias-1edicao/videos/v/pm-acusado-de-matar-jovem-na-saida-de-feira-agropecuaria-vai-a-juri-popular-em-ourinhos/5917714/

PM vai a júri popular

A Justiça decidiu que vai a júri popular o policial militar Luís Paulo Izidoro, de 28 anos, acusado de matar o jovem Brian Bueno durante uma abordagem na saída da FAPI. O crime aconteceu no dia 9 de junho de 2016. A decisão é da juíza Renata Ferreira dos Santos Carvalho, da 2ª Vara Criminal, e o júri ainda não tem data para ocorrer. A defesa do policial afirma que vai recorrer da decisão.

Luís Paulo foi indiciado por homicídio doloso, por ter assumido o risco de matar ao abordar o jovem com arma em punho e apontada para a vítima, e duplamente qualificado, pois, de acordo com inquérito, ele não deu condições de defesa à vítima e por motivo fútil, informou a polícia.

Ele se tornou réu após Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público e da Polícia Civil contra ele em julho do ano passado, mas na decisão, a Justiça rejeitou, na época, o pedido de prisão preventiva que também foi feito pelo MP. Portanto, o acusado responde pelo crime em liberdade desde então, mas foi afastado das ruas e realiza apenas funções administrativas na PM.

O homicídio vai completar um ano na sexta-feira (9) e para a família de Brian, a notícia é um alento e uma esperança que a justiça seja feita. “Eu estou muito feliz, porque ele tem que pagar pelo o que fez. Acho que agora vai começar a Justiça, é só o que peço todos os dias para Deus”, afirma a mãe de Brian, Valdinéia Pontes. Ela mantém o quarto do filho, que tinha 22 anos, exatamente igual. E para ela mexer nas coisas de Brian ainda é difícil. “Eu imagino todo dia que ele vai voltar. Que ele está viajando, mas vão passando os dias e eu sei que isso não vai acontecer.”

A decisão da Justiça ainda cabe recurso e a defesa do policial informou que vai recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A defesa alega que não concorda com a denúncia e reforça a tese de que o tiro foi acidental e que Luís Paulo não tinha nenhuma intenção de matar Brian. O policial também responde a um inquérito administrativo na Justiça Militar, mas a PM não se manifestou ainda sobre esse caso.

Brian tinha 22 anos e foi morto com um tiro no pescoço (Foto: Reprodução / TV TEM )

Relembre o caso

Brian morreu baleado durante uma abordagem da Polícia Militar, na madrugada de 9 de junho de 2016 quando saia de uma feira agropecuária realizada na cidade. Segundo informações da Polícia Militar, o carro andava em zigue-zague e um dos meninos teria derrubado alguns cones de sinalização.

Dois policiais pediram para que o carro parasse. Brian estava no banco da frente, do lado do motorista, e levou o tiro de um dos policiais. Imagens do circuito de segurança de estabelecimento próximo ao local registraram a ação dos policiais. O vídeo faz parte das provas do inquérito policial e só foi disponibilizado para a Polícia Civil após um mandado judicial.

Na época houve muita polêmica nas investigações. Segundo a Polícia Civil, ações da PM, como a tentativa de apagar o vídeo da abordagem, a lavagem do carro das vítimas e demora na entrega da arma, dificultaram as investigações. O comando da PM rebateu essas alegações. Além disso, foram feitas denúncias de ameaça contra testemunhas e profissionais do Samu que fizeram atendimento no dia do crime.

Em depoimento, o policial afirmou que o tiro foi acidental e a defesa alegou, na época, que houve falha na arma. No entanto, o laudo feito pela Polícia Militar apontou que a pistola não apresentou defeito. De acordo com os documentos, o sistema de segurança e a trava do percussor não apresentavam irregularidades. Quanto à funcionalidade, não foi verificado defeito que possibilitasse o disparo do gatilho sem pressioná-lo. O documento é assinado por peritos da Polícia Militar.

Após a divulgação do laudo, em nota, a PM informou que mantinha a posição de homicídio culposo, sem intenção de matar, pois, para a corporação em nenhum momento houve a intenção policial em cometer aquele ato. Ainda segundo a nota, também não foi o caso de assumir o risco, pois deveria haver dolo em sua ação, mas não houve, foi uma fatalidade. No entanto, a PM abriu uma sindicância para apurar o caso.

Já para Polícia Civil, além de assumir o risco de matar pela forma como foi feita a abordagem, o policial também colocou em risco a vida das outras pessoas que estavam no veículo e não dando a chance de defesa de Brian. Isso foi o que concluiu o inquérito entregue à Justiça em julho do ano passado. A denúncia de homicídio doloso e duplamente qualificado foi aceita pela Justiça no mesmo mês. E desde então, o policial responde pelo crime em liberdade.

Mãe de Brian ainda guarda as coisas do filho um ano após a morte (Foto: Reprodução / TV TEM )

 

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