Tristeza e Nojo
TRISTEZA E NOJO
Por Durval de Lara Fernandes
Até pouco tempo atrás eu só conhecia a prática nazista, da leitura dos livros de história, mas de uns anos para cá, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o golpe que destituiu Dilma Roussef da presidência e a eleição de Bolsonaro no Brasil, pude vivenciar e identificar a prática nazista no Brasil, embora ainda tenha dificuldades para compreender como é que o nazismo consegue atrair tanta gente.
Dos livros de história trago a frase de Joseph Goebels, de que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, e pude constatar, entristecido no início, e enojado agora, que isso é totalmente verdadeiro.
Durante os últimos quatro anos o Presidente da República e a súcia nazista em seu entorno utilizaram-se de todos os meios, especialmente as redes sociais, para espalhar fake news, com o objetivo de desqualificar qualquer tipo de oposição. As mentiras foram sendo difundidas em tamanha profusão, que para algumas pessoas ficava difícil discernir entre o que era mentira e o que era verdade.
Como era uma experiência nova, não julguei que isso durasse muito tempo, e que confrontadas com a verdade, as pessoas pudessem enxergar a cilada em que estavam caindo e deixassem de dar ouvidos aos mentirosos de plantão. Julguei, ainda, que a lembrança de experiências vividas no Brasil nos últimos anos, pudessem fazer seu papel e demover os seguidores das lideranças nazistas, de continuarem a dar ouvidos a eles.
Aparece aqui uma outra frase, cujo autor desconheço, de que “o povo brasileiro tem memória curta”, e que também se mostrou verdadeira, já que ninguém se lembra que durante dois mandatos de Lula, mais um mandato e meio de Dilma Roussef, que foi cassada com base em mentiras, a vida do brasileiro melhorou muito. Durante aquele período os ricos puderam ganhar muito, pelo fato de que os pobres passaram a ganhar mais e, consequentemente, gastar. Naquele período a fome foi erradicada do Brasil, mas nos últimos 4 anos voltou a assombrar a população mais podre. Durante aquele período a Bandeira Brasileira continuou tão verde e amarela, quanto sempre foi. Naquele período ninguém foi obrigado a dividir seus bens. Naquele período a nenhum filho de brasileiro foi imposta a tal ideologia de gênero. Naquele período, diferentemente do atual, todos os brasileiros eram tratados de forma igualitária. Naquele período o meio ambiente foi respeitado. Naquele período o filho do brasileiro pobre pode estudar e se formar no ensino superior. Naquele período a diversidade foi respeitada. Naquele período o Brasil era uma nação reconhecida internacionalmente e hoje é quase irrelevante. Enfim, naquele período o Brasil avançou muito em direção à diminuição das desigualdades.
Afirmei que no início isso me entristeceu, pois comecei a sentir que ninguém era demovido das certezas construídas com base em mentiras e o que me enoja hoje, é perceber que a transformação foi muito maior do que só acreditar nas mentiras. Algumas pessoas passaram a ser também criadoras e difusoras de fake news. Algumas, muitas, talvez, passaram a agir, também, como nazistas. Com a mesma energia que usaram para reivindicar seu direito à opinião, afirmando que vivemos numa democracia, passaram agora a pedir a quebra da ordem democrática e a implantação de uma ditadura. Pedem respeito para si, mas desrespeitam a maioria do eleitorado brasileiro, que negou ao seu candidato o direito de continuar sua ação deletéria. Neste 02/11/2022 constatei isso ao ver pessoas conhecidas berrando em frente ao Tiro de Guerra que querem ver o exército intervir no Brasil e manter no poder o candidato DERROTADO nas urnas. Ironicamente, o Tiro de Guerra está situado em frente à Câmara Municipal, que é para nós o símbolo da democracia, é a “casa do povo”. Os argumentos dos manifestantes foram os mais esdrúxulos, pois todos eles construídos sobre as mentiras espalhadas pela caterva nazista encastelada em Brasília.
O sopro de esperança vem das instituições, que afirmam a solidez da democracia e que agem com firmeza, reconhecendo o resultado colhido nas urnas, que devolverá o atual presidente à irrelevância da qual nunca deveria ter saído.
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