Edital de contratação de professores da rede estadual incomoda APEOESP
Este ano, o edital do processo seletivo possui algumas novidades que são avaliadas como inviáveis pelo sindicato
Juliana Neves
A partir do dia 06 a 20 de janeiro estão abertas as inscrições para o Processo Seletivo de contratação de professores em 2021 da rede estadual de educação. E a novidade deste edital é que haverá a não contratação de professores acima de 60 anos, gestantes e portadores de comorbidade, além da contratação ser exclusivamente para desenvoltura de atividades presenciais.
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Em razão da regra estabelecida no edital para este ano, o processo seletivo é avaliado como um absurdo que o governo paulista afronta à Constituição e as legislações vigentes, na visão de autoridade do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOSP) da subsede de Ourinhos.
“A perversidade maior, desse edital, é impor aos que forem contratados a obrigatoriedade de ministrarem apenas aulas presenciais, desconsiderando completamente que estamos em plena pandemia, em uma segunda onda de contaminação que é muito pior que a do ano passado. Esse governo e seu secretário de Educação demonstram serem completamente irresponsáveis ao propor esse tipo de contratação. Esses profissionais foram abandonados por eles no ano passado, ficaram sem trabalhar, sem salários e sem acesso a ajuda emergencial federal, dependendo de ajuda de familiares, assistência social e de cestas básicas distribuídas pelos sindicatos para conseguirem sobreviver. Ou seja, é completa imoralidade que o governo paulista se aproveite das condições precárias de vida, à que muitos estão submetidos e que foram causadas pelas suas próprias ações e incompetência para, agora, querer jogá-los na linha de frente e colocarem suas vidas e de seus familiares em risco”, exclama Luís Horta, membro da diretoria estadual e coordenador regional da APEOESP subsede em Ourinhos.
Com isso, a APEOESP explicita que discorda deste edital, ingressando com ações judiciais para que estes pontos sejam retirados e adequado à Constituição. Afinal, o desejo do sindicato é que haja contratação de todos e que as aulas presenciais só ocorram em condições seguras após a vacinação.
Salvo que em Ourinhos e região, segundo o diretor, inúmeros professores não efetivos foram abandonados pelo governo Dória/Rossieli sem o direito de trabalhar, sem ajuda emergencial por causa da suspensão das aulas presenciais. Sendo assim, a APEOESP distribuiu, aproximadamente, 25 cestas básicas de alimentos e materiais de higiene e limpeza para os colegas professoras que estavam em situações de muita dificuldade.
“Ninguém esperava que esse governo fosse apresentar, como “tábua de salvação” uma proposta que contivesse uma cláusula “leonina” que os diferenciassem dos outros profissionais de educação – impor a eles as aulas presenciais, independentemente das condições sanitárias e da pandemia, é aproveitar-se da situação desses trabalhadores, que precisam voltar trabalhar para sobreviverem, para expô-los a contaminação e, muitos, a morte”, fala Horta.
Por fim, a APEOESP é defensora do retorno das aulas somente com a vacinação em massa e quando as escolas apresentarem condições sanitárias para à volta das aulas. Afinal, é compreensível a preocupação dos pais em relação aos seus filhos e as perdas do ensino á distância.
Além de pensar nas condições que alguns alunos podem estar vivendo e presenciando de violência doméstica, assédios, “mas também nos preocupamos com os riscos que podem ocasionar um retorno precipitado sem vacinas, sem as reformas estruturais das escolas e sem funcionários necessários para garantir os ambientes escolares saudáveis. Não pode haver retorno sem vacinas e sem condições sanitárias nas escolas. Queremos que os pais e a sociedade ourinhense compreenda isso, que não coloquem seus filhos e seus familiares em risco e que não os mandem para as escolas se o governo insistir nessa monstruosidade. Se o governo paulista é irresponsável e inimigo da vida, que nosso governo municipal e nossos representantes na câmara Municipal não o sejam e não permitam esse retorno mantendo o decreto que impede o retorno até que exista segurança para toda a sociedade. Aprendizagem escolar se recupera. Vidas não!”, finaliza Luís Horta.