UPA Ourinhos: solução ou “tratamento precoce”?
Relato de ourinhense que foi até o UPA buscar alívio para crise de asma, mas recebeu “medicação precoce” para covid-19
Juliana Neves
Na última terça-feira, 2, Pedro Saldida, ourinhense inspetor de alunos, se sentiu mal e foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para receber consulta médica, afinal já sabia a causa de seu mal estar. Pedro relata que em razão da pandemia, está há um ano sem frequentar academia e, consequentemente, o ato de fumar aumentou e é uma pessoa asmática (possuir de doença crônica das vias aéreas).
Sendo assim, o seu mal estar era a falta de ar, uma crise de asma e após conversas com sua esposa decidiram ir até o UPA. Instantaneamente, durante o atendimento médico, foi receitado corticoide e outro medicamento para serem aplicados na veia e a realização de uma raio-x.
“Terminados os procedimentos voltei no médico e perguntou se eu estava melhor, eu respondi que sim, bem melhor, e ele falou que o raio-x estava bom. No momento fiquei espantado (mas me controlei e só respondi sim com a cabeça para ver até onde ia) e quando ele fala: “raio-x está bom, mas vamos seguir o protocolo do ministério da saúde e, sendo assim, você vai tomar ivermectina”. Protocolo do Ministério da Saúde? Protocolo? Dia dois de fevereiro continua a palhaçada? Como que o raio-x estava bom? era uma crise de asma porque eu conheço meu corpo e se fosse outra coisa o raio-x acusaria, e os remédios na veia, a meu ver, nada tinham efeito. E, segundo sei, o UPA é gerido pela União, por estados e municípios, então, o município concorda com o tratamento precoce mesmo. Não tendo feito teste para covid? É para estocar tudo que compraram e enfiam na goela do povo sem ninguém fazer nada”, relata Pedro.
Diante deste fato, procuramos pela Secretaria de Saúde via Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal e questionamos o porquê de seguir um tratamento precoce que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) já declarou não possuir efeito, receitar esta medicamentação sem teste para covid-19, quais são as orientações para os médicos que atendem no UPA, se há “padronização” no que receitar ao invés de diagnosticar o paciente a fundo, entre outros questionamentos que não obtivemos respostas.