Unesp Ourinhos realiza III Simpósio Abril Vermelho

 

Prof.ª Dra. Maria Cristina Perusi –

A obra do “artivista” Mundano, feita no ano de 2021 com cinzas das queimadas dos biomas brasileiros, ilustra pesarosamente o cenário ambiental antropogênico brasileiro.  A “arte denúncia” escancara a dizimação das florestas e suas consequências, como o extermínio da macro e microfauna, inclusive dos solos; o agravamento do aquecimento global; ameaça aos “rios voadores”, mantenedores de áreas agrícolas no centro-oeste, sul e sudeste.

E os rios da Terra?! Sem oxigênio, lodosos, minerados, contaminados, metálicos, mortos. A T(t)erra, Pachamama? Exaurida, erodida, contaminada, arenizada, desertificada, deslizada: a população de Petrópolis/RJ que o diga. E o que falar das pessoas? Povos do campo, das florestas, das águas, das cidades, igualmente espoliados.

Dizimação da história, dos direitos legítimos, da própria condição humana e do coração: são muitos, muitos mortos; muito, muito abandono. Sobre o desmonte de órgãos públicos ambientais, mais cinzas! Algo diferente de Eldorado dos Carajás/PA em 17 de abril de 1996? Claramente, não.

Nesse contexto, no ano de 2019, a Unesp/Ourinhos passou a fazer parte da rede de apoio à Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária (JURA). O evento tem como objetivo fomentar e manter um debate permanente sobre os problemas da sociedade do Antropoceno, época em que a humanidades e tornou capaz de provocar mudanças ambientais globais enquanto agente geológico, bem como instigar pesquisas e iniciativas de extensão universitária que contribuam para mitigar os quadros de degradação socioambiental.

Além disso, para que não nos esqueçamos de datas e temas importantes e que não podem passar sem a devida reflexão: 14 de março, dia mundial de luta dos atingidos por barragens; 16 de março, dia nacional da conscientização sobre as mudanças climáticas; 21 de março, dia mundial das florestas; 22 de março, dia mundial da água; 15 de abril, dia nacional da conservação do solo; 19 de abril, dia do índio; 22 de abril, dia mundial do Planeta Terra; 03 de maio, dia mundial do solo; 2022, de acordo com a ONU, ano internacional do desenvolvimento sustentável das montanhas e seus ecossistemas.

Dessa forma, urge (…) manter o espírito da denúncia, da inquietude, tecer parcerias e alimentar a troca de saberes que, para tal, carece de terra boa, sadia, viva; água limpa, como deve ser; ter a sombra verde para acalantar a semente que, com pressa, forte que é, há de crescer (PERUSI, 2021).

 

Maria Cristina Perusi

Professora Doutora em Geografia

Faculdade de Ciências, Tecnologia e Educação – FCTE – Campus de Ourinhos/SP

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