Bolsonaro e os cortes para saúde em 2023

Por Alexandre Padilha

O governo Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional sua proposta para o Orçamento de 2023, além dos menos 42% para saúde já anunciados, mais de 50% dos recursos de programas como Farmácia Popular e Mais Médicos serão cortados, segundo a proposta.

Sem dó e piedade, Bolsonaro sugere tirar investimentos de programas essenciais para o atendimento de saúde da população brasileira e injetar no orçamento secreto, distribuindo recursos para seus aliados políticos na campanha eleitoral.

Em mais um crime contra a vida das pessoas, 21 milhões de brasileiros não vão mais conseguir pegar remédios para a continuidade de seus tratamentos nas unidades do Farmácia Popular, o programa mais afetado pelos cortes.

O “Saúde Não tem Preço” foi criado há 11 anos, com a ampliação do Programa Farmácia Popular, e significou a gratuidade na distribuição de medicamentos para hipertensão, diabetes e asma, estando em mais de 80% dos municípios do país, reduzindo as internações e desafogando o SUS.

O programa Mais Médicos foi criado em 2013 e levou atendimento médico a 63 milhões de pessoas que não contavam com acompanhamento de saúde. Com mais de 18 mil profissionais, ele está presente em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas.

Quando se amplia o acesso a medicamentos contínuos e acompanhamento médico e eles são brutalmente interrompidos o problema de saúde é agravado e a pessoa pode vir a ser internada em situação grave. Além do crescimento do número de internações, esses cortes significam aumento do custo para o SUS.

O Congresso Nacional precisa trabalhar para reverter os cortes, eles têm um peso muito grande para o SUS e para estados e municípios. Bolsonaro mostra, mais uma vez, descompromisso com os brasileiros, em especial com aqueles que mais precisam. Seu governo é uma combinação de preços cada vez mais altos, aumento de gastos das famílias, e tesourada em programas que melhoram a vida da população.

*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política no governo Lula, da Saúde no governo Dilma e Secretário da Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.

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