Prisão de Lula foi armação e um dos maiores erros judiciais da história do país diz Toffoli
A prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela operação Lava Jato comandada pelo ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dalagnol foi uma “armação” e “um dos maiores erros judiciais da história do país”.
A fala é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que anulou hoje quarta-feira (6) todas as provas obtidas por meio do acordo de leniência da construtora Odebrecht e dos sistemas de suborno da empresa no âmbito da Operação Lava Jato.
A decisão de Toffoli foi publicada atendendo a um pedido da defesa de Lula, que garantiu acesso aos arquivos da Operação Spoofing, que investigou a invasão de celulares de Sergio Moro e Dallagnol.
No texto em que confirmou a anulação das provas, Toffoli disse que a prisão de Lula foi “resultado de um projeto de poder de determinados agentes públicos no seu objetivo de conquistar o Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra a contra a lei.
O ministro do Supremo Tribunal continuou a dizer que a atuação dos agentes públicos que culminou na prisão de Lula , em abril de 2018, deu início ao processo que levou o país às recentes ameaças de ruptura democrática. Lula ficou preso por 580 dias em Curitiba e saiu depois que o Supremo decidiu anular sua prisão após decisão judicial em segunda instância.
“Afirmo sem medo de errar, a prisão foi o verdadeiro ovo da cobra de ataques à democracia e às instituições que já estavam prenunciados nas ações e vozes desses agentes contra as instituições e o próprio STF. Esse ovo foi chocado por autoridades que fizeram um desvio de função, agindo em conluio para atingir instituições, autoridades, empresas e alvos específicos”, escreveu Toffoli.
