Vera Saad lança livro “A face mais doce do azar” em São Paulo, no próximo dia 02
Com um histórico de premiações em sua carreira com obras anteriores, seu quarto livro, que contou com mentoria da escritora cearense Jarid Arraes, foi contemplado pelo edital do Programa de Ação Cultural do Governo de São Paulo (ProAC/SP). A autora fará um bate-papo de lançamento no sábado, dia 2 de março, às 18h, na Livraria Ponta de Lança (Rua Aureliano Coutinho, 26, Vila Buarque), na capital paulista.
Segundo a autora, o livro mostra como a política afeta diretamente a vida das pessoas. “Não podemos simplesmente dizer que não gostamos desse tema. Tudo é política”, enfatiza. Vera argumenta também que a obra retrata uma época anterior a muitos avanços nas pautas relacionadas aos direitos femininos. “Vivenciei o mundo antes e depois do ‘não é não’, e sei do impacto que isso teve para as mulheres. Não conheço uma mulher com mais de 40 anos que não tenha sofrido abuso sexual, e o que é pior, sem ter consciência de que aquilo era um abuso”, revela Saad. Adquira “A face mais doce do azar”, de Vera Saad, pelo site da editora Claraboia: https://www.lojadaclara.com.br/produto/a-face-mais-doce-do-azar-vera-saad
Uma trajetória premiada: conheça a autora Vera Saad
Mais recentemente publicou o livro de contos “Mind the gap” (Patuá, 2011), e os romances “Telefone sem fio” (Patuá, 2014) e “Dança sueca” (Patuá, 2019), que ganhou menção honrosa no Concurso Internacional de Literatura da União Brasileira de Escritores (UBE/RJ). A autora também mantém uma coluna na Revista Vício Velho.
A ideia para escrever “A face mais doce do azar” surgiu em 2018, diante do contexto das eleições presidenciais no país, além de ter influência da literatura. “Estava na época lendo ‘Complô contra a América’, do escritor norte-americano Philip Roth, e pensei em como o que vivíamos era semelhante com o que lia, sobretudo a ascensão da extrema direita”, relata a autora. Vera ainda relacionou aquele momento com o período experienciado nos anos de 1990. “Tínhamos uma realidade parecida com a eleição de Collor, me fez lembrar do caos instaurado com o Plano Collor, parecia uma distopia, mas era real”, pontua.
Apesar de ter iniciado a escrita em 2018 o livro só foi concluído alguns anos depois. Nesse tempo, a autora recebeu, como já mencionado anteriormente, a mentoria de Jarid Arraes. “Quando comecei esse processo com ela não tinha nem 40 páginas, das quais 20 foram deletadas”, relembra. A obra foi então contemplada pelo edital do ProAC/SP, o que fez a autora acelerar o processo de escrita. “Terminei o livro no dia da posse do Lula, sempre acharei a data significativa”.