Planeta está perto de atingir ‘pontos de não retorno’ climáticos, alerta relatório
O relatório destaca a urgência de ações diante dos chamados “pontos de não retorno” no clima. Segundo o documento, é preciso eliminar imediatamente o uso de combustíveis fósseis e devem ser adotadas soluções para neutralizar o balanço de carbono. As medidas são cruciais para o futuro de bilhões de pessoas.
O professor Tim Lenton, diretor do Global Systems Institute da University of Exeter e coordenador do relatório, destacou que os “pontos de não retorno no sistema terrestre representam ameaças de magnitude nunca enfrentada pela humanidade”.
Esses ecossistemas são os mantos de gelo da Groenlândia e o da Antártida Ocidental, o giro oceânico subpolar do Atlântico Norte, recifes de coral de águas quentes e algumas áreas de permafrost (permanentemente congeladas).
Segundo Lenton, esses pontos críticos podem desencadear efeitos devastadores, “como a perda de ecossistemas e capacidade de cultivo, resultando em impactos sociais como deslocamentos em massa, instabilidade política e colapso financeiro”.
O relatório, que avaliou 26 pontos de não retorno negativos, conclui que a atual situação é insustentável, destacando mudanças rápidas na natureza e na sociedade já em curso, com previsão de intensificação.
Com o aquecimento global prestes a superar o limite crítico de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, pelo menos cinco pontos de não retorno no sistema terrestre são iminentes, incluindo o colapso dos grandes mantos de gelo do planeta.
RECOMENDAÇÕES DO DOCUMENTO
Interromper o uso de combustíveis fósseis e reduzir emissões antes de 2050
Fortalecer mecanismos de adaptação e governança de perdas e danos, e reconhecer desigualdades entre nações
Incluir pontos de não retorno no Inventário Climático Global e nas Contribuições Nacionalmente Determinadas
Coordenar esforços políticos para promover pontos de não retorno positivos
Convocar reunião global urgente sobre pontos de não retorno
Aprofundar o conhecimento dos pontos de não retorno